Ministério da Agricultura projeta alta nos preços de produtos agrícolas em 2010

Ministério da Agricultura projeta alta nos preços de produtos agrícolas em 2010
Ter, 29 de Dezembro de 2009 11:02

Governo espera conquistar novos mercados no Exterior.

O ano de 2009 começou com a preocupação da crise financeira internacional. A queda nos preços dos produtos agrícolas imprimiu declínio de 10% no valor das exportações. Se comparado com os preços vertiginosos e atípicos do ano passado, a redução foi menor do que a expectativa. Estabilizada a situação do comércio mundial, as perspectivas para 2010 devem seguir algumas tendências de 2008, na opinião do secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Célio Porto.

– Naquele ano, a grande elevação de preços teve um fator especulativo embora algumas causas fundamentais permanecessem camufladas pela crise financeira internacional. Passada essa instabilidade, elas voltarão a influenciar os preços agrícolas – diz Porto.

As causas apontadas se referem às mudanças climáticas globais e os programas de fomento ao uso de produtos agrícolas para biocombustíveis. Para o secretário do ministério, elas foram desaceleradas, mas devem ser retomadas com mais força. Há também o aumento do consumo nos países emergentes, principalmente Ásia, por conta do crescimento de renda e migração da população rural.

– A China está sendo o grande motor do crescimento da demanda e dos preços agrícolas no mundo e esse processo continuará – acredita.

O secretário espera que as medidas governamentais de desestímulo à entrada de capital especulativo ajudem o câmbio a ficar mais equilibrado nas exportações de 2010.

– Para o setor produtivo, o ideal é que essa especulação seja isolada e que as medidas do governo evitem a afluência desses capitais de investimento na bolsa prejudicando o lado real da economia, ou seja, a produção interna e as exportações – prevê o secretário.

A reabertura das exportações de carnes bovina e suína para a África do Sul, interrompidas em 2005 por conta dos casos de febre aftosa, é uma expectativa ainda não atendida, apesar das gestões do governo brasileiro. Porto explica que, tecnicamente, as questões estão resolvidas e agora depende da decisão política.

– Isso deverá ser uma das nossas prioridades para 2010 – enfatiza.

Para o primeiro trimestre, é esperada a conclusão do processo de abertura das vendas de carne suína para os Estados Unidos, estancada com a mudança de governo. De acordo com o dirigente do ministério, o mercado norte-americano não é significativo para o Brasil, já que é concorrente nas exportações de carne suína. Porém, muitos dos países, que não têm condições de fazer as análises de risco para doenças, seguem os padrões americano e europeu.

A habilitação de plantas frigoríficas de carne suína para a União Europeia também é aguardada e, assim como no caso dos Estados Unidos, abre perspectivas para países, como Japão e Coreia do Sul, além da América Central e Caribe.

– Esse seria o principal ganho de imediato – finaliza Célio Porto.

Fonte: Canal Rural