Dilma defende formação da classe média rural e diz que Anater terá profissionalismo

dilmaA presidente da República e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), defendeu nesta quarta-feira (6/8) a atuação do governo junto ao agronegócio e reafirmou compromissos com mais incentivos ao setor. Ela participou de encontro promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com os principais concorrentes ao Palácio do Planalto nas eleições deste ano.

Acompanhada do candidato a vice Michel Temer e de ministros de estado, entre eles o da Agricultura, Neri Geller, e a do Meio Ambiente, Isabella Teixeira, Dilma foi a última a falar. Pelas regras, ela teve 30 minutos para um pronunciamento inicial, depois perguntas escolhidas a partir de uma lista elaborada pela CNA e, em seguida, teve mais 10 minutos para considerações finais. A presidente não utilizou o tempo disponível nas duas primeiras partes de sua apresentação, compensando na etapa final.

Dilma destacou que o diálogo com o setor tem sido constante e que a parceria com tem sido importante para o aumento da produtividade da agropecuária brasileira. Destacou o crescimento da subvenção ao prêmio do seguro rural nos últimos anos, do aumento do crédito que, no atual plano safra chegou a R$ 156 bilhões, e a redução dos juros nas operações. Mencionou também o financiamento para a pecuária de corte, além de subsídios para máquinas e equipamentos.

Dilma destacou ainda a ampliação do crédito para a agricultura familiar e defendeu o aperfeiçoamento do apoio aos médios produtores. Na avaliação dela, é importante manter as políticas específicas, com vistas à formação do que chamou de classe média rural. “Temos trabalhado para fortalecer e ampliar a classe média rural, que precisa de políticas para ampliar sua produção.”

Enfatizou também a criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). “Meu compromisso é de criar um processo de alto profissionalismo e meritocracia, a Anater vai ser fundamental, vai permitir que as inovações cheguem mais rápido ao produtor”, disse Dilma.

Questão indígena
A presidente reconheceu que há “problemas instituições” que trazem reflexos para o setor, citando conflitos relacionados à demarcação de terras indígenas. Mas garantiu que está comprometida com a criação de um ambiente de segurança jurídica no campo.

Sobre as demarcações, afirmou que o Ministério da Justiça fará a revisão das normas para garantir mais transparência aos processos. “As áreas são de conflito deverão ter tratamento adequado, a gente precisa ir aprimorando. Não acreditamos que um clima de conflito seja interessante”, disse Dilma, mencionando também uma “disposição de indenizar produtores rurais cujas terras foram alvo de demarcação”.

Meio ambiente
Em relação à legislação ambiental, destacou que o Código Florestal garante segurança, definindo as responsabilidades de todos na produção sustentável. “A tarefa estratégica é implementar o CAR (Cadastro Ambiental Rural). Criamos um mecanismo de cadastro via internet para facilitar. Poderemos implementar ações de recuperação ambiental com racionalidade”, disse ela.

Dilma disse também que o governo tem “todo o interesse” a na aplicação da Lei Complementar 140 de 2011, que define competências federal, estaduais e municipais na área ambiental.

Logística
Admitindo um “descasamento” entre os investimentos em infraestrtura e o crescimento do agronegócio, a candidata petista defendeu maior integração entre os modais de transporte. Destacou, com base no “diálogo com o setor” que o escoamento da safra de grãos pelos terminais do norte do país traz uma redução de custos em torno de US$ 30 por toneladas de grãos. “A integração dos modais é estratégica e vem sendo feita em parceria do público com o privado, mas ainda é preciso mais investimentos”, disse ela.

Dilma avaliou também a importância da mudança do marco regulatório dos portos e mencionou também as hidrovias como importante canal de escoamento da produção. “Quanto menores os custos, o acesso aos mercados se torna mais favorecido para nós.”

Defesa Agropecuária e Comércio
Dilma disse ainda assumir o compromisso de fortalecer a defesa agropecuária do país, segundo ela, instrumento para assegurar a qualidade dos produtos e também de política comercial. Sem detalhar a proposta, a presidente afirmou que a defesa agropecuária no Brasil tem que ser mais agressiva, já que as discussões sobre c0mércio exterior envolvem o assunto.

Defendendo uma postura mais “aguerrida” do Brasil na conquista de novos mercados, a presidente e candidata à reeleição disse que a proposta do Mercosul para um acordo comercial com a União Europeia está pronta para ser apresentada. No entanto, disse ela, há certa resistência de alguns grupos do bloco, que associam a crise enfrentada na região aos acordos comerciais.

Fonte: Globo Rural
Decom: Fabiana