Decisões do III Congresso Brasileiro do Cacau pautarão cacauicultura nos próximos 20 anos

As decisões e informações, fruto das palestras e debates que serão realizadas durante o III Congresso Brasileiro do Cacau, serão sintetizadas e divulgadas em um documento que será denominado “Carta de Ilhéus”, e servirá para direcionar o pensamento da cacauicultura brasileira para os próximos 20 anos. A informação foi repassada pelo pesquisador da Ceplac e presidente do evento, Raul Valle em entrevista ao nosso Site.
O evento será realizado de 11 a 14 de novembro próximo no Centro de Convenções de Ilhéus e tem por objetivo proporcionar o intercâmbio de conhecimentos e informações sobre a cacauicultura do Brasil e do mundo, entre os participantes: agricultores, extensionistas, estudantes, pesquisadores, economistas e industriais do setor.
Além disso, é uma oportunidade, segundo Raul Valle, de informar ao produtor o estágio atual das pesquisas e tecnologias que ajudam no combate ao principal alvo, à vassoura-de-bruxa. Outro tema que será bastante explorado pelos participantes, é a moníliase, praga que ainda não existe no Brasil, mas que assola a cacauicultura dos países vizinhos e requer cuidados preventivos por parte dos produtores brasileiros.
Raul Valle chama a atenção, de que já se passaram 13 anos desde que o último Congresso foi realizado e naquela época foi repassado aos produtores o que existia de tecnologia de ponta. “Durante esse período muita coisa aconteceu, atualmente temos tecnologia de ponta diferente daquela época a qual o cacauicultor precisa conhecer e ter acesso”, alerta ele.
A participação de pessoas de outros países da America do Sul (Equador, Colômbia), America Central (Costa Rica), Ásia e África, permitirão, de acordo com Raul Valle, uma visão de como a cacauicultura está sendo conduzida nesses países. “Portanto, essa cooperação de conhecimentos em nível internacional entre os participantes é da maior importância para termos um parâmetro de comparação do que eles e nós estamos fazendo”, ressaltou ele.
O comércio do Cacau é outra vertente que será discutida durante o evento. Sobre essa questão Raul Valle, explica que a cacauicultura é uma cadeia e que esta cadeia está sendo tratada no ponto de vista de plantio, manejo e aspecto de beneficiamento da cultura. E segundo ele, o mais importante disso tudo é o comercio, ou seja, o êxito de uma cultura depende não somente da produção, mas principalmente da sua comercialização. “Nesse sentido teremos a participação de especialistas da Ceplac e de outros organismos que compartilharão as alternativas mais adequadas”, assegurou o presidente do evento.
          A questão da agricultura familiar é outro importante tema que fará parte das discussões durante o Congresso.  “Não podemos ignorar um seguimento que representa 75 ou 80% da produção cacaueira da Bahia e do Brasil. Temos de proporcionar alternativas para que eles sobrevivam de uma forma mais digna”, alertou ele.
Finalizando, Raul Valle informou que os preparativos continuam e que a direção da Ceplac não está medindo esforços para o êxito do evento, a programação já está praticamente finalizada. “Além do apoio direto do Ministério da Agricultura, através da Ceplac, temos o apoio de outras organizações importantes do Governo Federal e do Estado da Bahia além da organização de produtores, sindicatos e organizações privadas”, concluiu ele. Informações: (73) 3214-3203 ou www.ceplac.gov.br/paginas/cbc/.
Fonte: Jornalista da Sueba – Superintendência da Ceplac na Bahia
José Carlos Peixoto (Colaboração: Turíbio Cordeiro)
Foto: Águido Ferreira

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