Produtores comemoram reabertura das exportações de cacau pelo Porto de Ilhéus

Produtores comemoram reabertura das exportações de cacau pelo Porto de Ilhéus
Os cacauicultores ficaram satisfeitos com a notícia da reabertura do Porto de Ilhéus para exportação de cacau em amêndoa, após 20 anos. Os rumores que haviam circulado nas redes sociais foram confirmados ontem pela Cargill (confira aqui) e, no próximo dia 21 de outubro, 6 mil toneladas serão embarcadas para Amsterdã, na Holanda.
Segundo Milton Andrade, cacauicultor e presidente do Sindicato Rural de Ilhéus, a atitude da Cargill deve incentivar outras empresas e, ainda, gerar um equilíbrio do mercado interno, que por conta do excedente, está com deságio. “Ficamos bastante satisfeitos com essa atitude da Cargill de exportar o nosso cacau, porque o momento em que vivemos é de um mercado superabastecido. Saber que uma empresa vai exportar 6 mil toneladas nos traz otimismo. Esperamos que outras empresas, bem como os repassadores que já exportaram altos volumes no passado, sejam estimulados. Se tem excedentes, então exportem, pois é bom para todos: produtores, empresas e para o governo”, afirma.
Ainda de acordo com Andrade, essa exportação vai mostrar ao mercado internacional a boa qualidade do cacau brasileiro. “A Cargill tem renome internacional no mercado de alimentos. Exportando, ela vai mostrar a esse mercado que o cacau daqui é de qualidade. É uma atitude muito positiva, pois vai melhorar a imagem do nosso produto lá fora, porque a Cargill não iria exportar um cacau sem qualidade. Além disso, vai abrir novos mercados, o que gera emprego, movimenta toda a estrutura mercantil do Porto, movimenta os sindicatos, o setor de transporte e gera receita”.
Embora considere um número pequeno, Milton destaca que a exportação dessas 6 mil toneladas deve ser vista como um estímulo para estruturar o parque exportador. “Em um universo de 290 mil toneladas, ainda não é o suficiente exportar apenas 6 mil. O ideal seria dar continuidade à exportação, o que é muito benéfico, principalmente diante da crise pela qual o país passa atualmente. Então que não seja apenas um fato isolado e que isso seja abraçado por outras empresas como a Barry, Olam, Delfi, e as multinacionais comerciantes e cacau”.
Para o presidente do Sindicato Rural de Ilhéus, a atitude da Cargill também contrapõe um posicionamento da indústria, que diz que as previsões de safra feitas pela Conab não são verdadeiras. “A própria indústria diz que o cacau produzido aqui não é suficiente para suprir a demanda interna e ainda exportar. Com essa exportação, ela está contrapondo o que afirma”, finaliza.
Fonte: Mercado do Cacau
Decom: Armênio