Organização projeta dez anos de déficit de oferta de cacau
Os preços internacionais do cacau devem seguir trajetória de alta e ficar perto dos US$ 4 mil dólares por tonelada até a safra 2022/2023. Foi o que disse nesta terça-feira (25/3) o presidente da Organização Internacional do Cacau (ICCO), Jean Marc Anga, durante o Global Agribusiness Forum, em São Paulo.
De acordo com Anga, a projeção altista de preços se baseia em uma expectativa de déficit de oferta do produto no período. No ciclo 2012/2013, por exemplo, a produção global foi calculada em 3,931 milhões de toneladas e o processamento em 4,052 milhões.
“Um dos problemas é que a produtividade do cacau não tem aumentado nos últimos anos, diferente de outros produtos”, disse o presidente da Organização Internacional do Cacau. “O cacau vai continuar como um primo pobre.”
Segundo a Organização, os países africanos respondem por 71% da produção global, com a liderança da Costa do Marfim. O Brasil é o sétimo maior produtor mundial. Do lado da demanda, o maior processador é a Holanda.
Segundo Jean Marc Anga, a cultura do cacau é composta, em sua maioria, por pequenos produtores e pouco profissionalizados. Na avaliação dele, mudar este cenário é preciso promover o maior acesso à tecnologia, ampliar a organização dos cacauicultores em entidades como cooperativas e diversificar a produção.
“É preciso ajudar os produtores de cacau a serem mais profissionais. Ainda estamos longe de ter um agronegócio como o que se tem no Brasil, mas esta é uma meta”, concluiu.
Fonte: Globo Rural
Decom: Orlando