Complexo logístico pretende recuperar região cacaueira da crise econômica.

Um projeto que prevê a construção de um complexo logístico com um novo porto de ferrovia e aeroporto internacional em Ilhéus, na Bahia, pretende impulsionar a economia da região.

Os investimentos somam mais de R$ 12 bilhões. O porto é a obra principal com custo de quase R$ 4 bilhões, dinheiro de uma multinacional que explora minério de ferro no município de Caetité. O transporte do minério será feito pela ferrovia oeste leste, obra do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento), no valor de R$ 6 bilhões de reais.  A ferrovia também vai transportar soja, milho e outros produtos.

Revitalização

A região já foi uma das mais ricas da Bahia no auge da cultura do cacau, e hoje enfrenta dificuldades econômicas e desemprego. “Existem 35 mil pais de família desempregados”, declarou o líder comunitário Edvaldo Coelho dos Santos.

Os projetos ainda não saíram do papel, mas já atraem empresários chineses e do grupo Votorantim. Em documento, os empresários assinam um protocolo de intenções para investimentos de R$ 2 bilhões na região.

Apoio e oposição

Após 35 anos de prejuízos com a cultura do cacau, os empresários do sul da Bahia apóiam o mega projeto, mas querem preservar regiões como a da Lagoa encantada. Isso porque o complexo vai ficar em uma área de 1.800 hectares de Mata Atlântica, rica em biodiversidade de árvores nativas e animais ameaçados de extinção. ONGs de defesa do meio ambiente e empresários do turismo são contra o projeto.

Já a população defende a construção do Porto Sul para tentar garantir o futuro dos jovens na região. A estimativa é que as obras devam gerar cerca de 30 mil empregos.

Segundo o presidente da Associação de Turismo da Região Sul, Luggi Massa, o Ibama ainda não emitiu os laudos de impacto ambiental do complexo, mas o governo da Bahia não acredita no retrocesso e faz investimentos para consolidar o projeto. A discussão já chegou à Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da câmara dos deputados.

“Na última audiência, o Ministério Público Federal avaliou que o projeto está em uma área de proteção ambiental e a legislação só permite desmatamento em caso de obra de interesse público. A questão volta a ser discutida em data ainda a ser definida”, afirmou Massa.

Ascom – Armênio

Fonte: Jornal e-Band Jornalismo