Sorgo baiano registra crescimento, mas ainda precisa de investimento

Apesar da tendência nacional, que registra retração na cultura do sorgo – semente avermelhada e de propriedades nutricionais muito próximas às do milho, a Bahia deve fechar 2010 com crescimento de 16,6% no número de hectares plantados. A produção, no primeiro trimestre deste ano, registrou aumento de 77,9% na Bahia, segundo dados da Superintendência de Estudos Econômicos do Estado (SEI).

Balanço da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), publicado em maio, estima que, em 2010, o Estado deve chegar a 112,6 mil hectares plantados. No ano passado, foram 96,5 mil hectares. No Brasil, o sorgo deve ocupar a área de 694,2 mil hectares em 2010.

Mas existe um desencontro de números. Enquanto a Conab contabiliza a área plantada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) se baseia na área colhida. Para maio, a Conab registra no País 780,6 mil hectares, contra 647,5 mil hectares do IBGE. Não há dados regionais.

Motivos

Mesmo assim, o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Jason de Oliveira, especialista em economia agropecuária, reconhece o crescimento da cultura na Bahia e explica que isso se deve tanto às condições climáticas quanto ao aumento da produtividade.

De baixo investimento inicial e mais resistente à falta de água, o sorgo pode ser uma alternativa nos períodos secos. “É uma cultura que tem potencial para ser produzida na zona de transição do semiárido”, explica Jason.

As regiões produtoras de sorgo no Estado são o oeste baiano (20,8 mil hectares); o sul dessa mesma região (36,3 mil hectares) e Irecê, no Vale do São Francisco (24,8 mil hectares).

O sorgo baiano apresenta duas variedades. O granífero, destinado à nutrição animal, comercializado em grãos, e o sorgo-forrageiro, utilizado de forma integrada nas propriedades, para a pastagem de gado de leite e corte.

Ascom-Rezende

Fonte: SEAGRI