Bahia lança programa para alcançar autossuficiência na produção de leite
Em evento dos mais concorridos, realizado na noite de terça-feira (3) no Parque de Exposições de Salvador, o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, lançou o Plano de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira (Leite Bahia), que tem o objetivo de tornar a Bahia autossuficiente na produção de leite, promovendo o desenvolvimento social e econômico da cadeia produtiva, e gerando renda mínima de um salário mínimo (R$ 678,00) por mês para cada produtor com a atividade leiteira, que hoje rende apenas R$ 172,00. O plano visa também aumentar a produção de leite/dia por família de 22 litros para 70 litros, e ampliar a produção anual do Estado de 1,2 bilhão para 1,5 bilhão de litros.
Conforme o secretário destacou, o Plano Leite Bahia é uma ação transversal, com a participação de várias secretárias estaduais, a exemplo da Seagri/Adab/EBDA; Sema; Sedes; Sedir/Car; Infraestrutura; Ministério da Agricultura (Mapa), Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA); movimentos sociais, Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb) e diversos laticínios parceiros.
O plano foi lançado durante a cerimônia de entrega do prêmio Destaques da Agropecuária 2013, que premiou produtores que se destacaram nas principais cadeias produtivas, mesmo em um ano em que a agropecuária sofreu muito com a seca. Entre os premiados, o produtor José Geraldo Vaz, de Amargosa, foi o destaque na cadeia do leite, recebendo o troféu criado pelo jornal A Tarde.
Além do secretário assinaram o plano a secretaria da Sedes, Moema Gramacho; o presidente da Federação da Agricultura do Estado da Bahia, João Martins; Geraldo Machado, superintendente do Senar/Bahia; Elionaldo Faro Teles, presidente da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA/Seagri); Paulo Emílio Torres, diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab/Seagri), Virgínia Hage, superintendente federal da Ministério da Agricultura; Edval Passos, superintendente do Sebrae/Bahia; Jorge Bagdeve, dentre outros.
“Este plano é pra valer, e já está rodando em todo Estado. Queríamos fazer o lançamento com a certeza de que estamos no caminho certo, e para tanto implantamos mais de 70 Unidades Demonstrativas em várias regiões da Bahia, treinando e capacitando técnicos e produtores”, disse o secretário. O público alvo do plano são os mini e pequenos produtores, podendo se estender a médios e grandes agropecuaristas.
Ao explicar detalhes do plano para quase 500 agropecuaristas, presidentes de associações e cooperativas, Salles disse que a área de abrangência do plano são 18 territórios de identidade do Estado, agrupados em cinco polos regionais, por características edafoclimáticas semelhantes, considerando-se a vocação para a produção leiteira. As principais ações do Plano Leite Bahia contemplam a assistência técnica, com transferência de tecnologias para técnicos e produtores; implantação de tanques de expansão; implantação de unidades de beneficiamento de leite; promoção do mercado institucional; implantação de Laboratório Certificado pelo Ministério da Agricultura (Mapa), e infraestrutura, a exemplo de estradas e energia elétrica.
Entre as metas do plano está a prestação de assistência técnica para 18.733 agricultores familiares; instalação de 1592 tanques de expansão comunitários, e 20 unidades de beneficiamento de leite, até 2016. O investimento previsto parra quatro anos é da ordem de R$ 156 milhões.
De acordo com o secretário, a Bahia possui o terceiro maior rebanho leiteiro do País, mas é o 25º no ranking nacional de produtividade, com a marca de 540 litros/ano por vaca ordenhada, enquanto que em estados como Pernambuco e Alagoas a produtividade é de 1.500 litros/ano por vaca ordenhada. “É essa realidade que queremos mudar, e vamos alcançar esse objetivo com o plano que estamos lançando”, afirmou Salles.
“Este plano servirá para dar diretrizes para toda cadeia produtiva do leite no Estado e oferecer assistência técnica, infraestrutura e tecnologia para os produtores de leite”, explicou Aroldo Matos, coordenador estadual do Leite Bahia, plano que conta também com cinco coordenadores regionais.
O secretário afirmou ainda “este plano operacional da cadeia do leite, foi elaborado de baixo para cima, prevendo ações imediatas, de médio e longo prazo, com a cumplicidade de todos os segmentos da cadeia, concebido no seio da Câmara Setorial do Leite e colocando as responsabilidades de cada um, como já fizemos com a cadeia da borracha natural e do mel, e estamos fazendo com as cadeias do cacau e da ovinocaprinocultura, dentre outras”.
Para elaborar o Plano de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira, a Câmara Setorial Estadual do Leite ampliou o projeto Caminho do leite, apresentado pela Faeb e Sindileite. A Câmara é composta por representantes dos produtores, da indústria, dos movimentos sociais, sindicatos, associações, cooperativas, Faeb e do governo, dentre outros segmentos. O especialista Walter Ribeiro, responsável pelo bem sucedido Programa Balde Cheio, da Embrapa, foi contratado como consultor do plano Leite Bahia. O Balde Cheio é uma metodologia inédita de transferência de tecnologia que contribui para o desenvolvimento da pecuária leiteira em propriedades familiares.
Fonte: Adab
Decom: Fabiana