Umbu garante boa alimentação e renda extra em Irecê
Foto: Divulgação / EBDA
Tempo de fartura para agricultores de toda região de Irecê. É época da safra do famoso umbu, o fruto mais popular e generoso do sertão baiano. Em todos os quintais, praças e plantações se vêm umbuzeiros carregados, e os agricultores aproveitam para participar de capacitações e se valerem de todos os benefícios que o umbu pode oferecer.
O agricultor Pedro Augusto de Medeiros, amante da fruta e defensor do uso do nome “imbu”, escreve em sua poesia a definição perfeita do que o fruto representa: “És muito mais que um fruto/ simboliza a bonança/ que chega após a seca/ apagando a lembrança/ do sofrimento passado/ transformado em esperança”.
É por oferecer tantas potencialidades que o umbu vem sendo um dos principais assuntos das capacitações realizadas por técnicos da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada à Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), no Território de Irecê.
Os agricultores passam por um treinamento teórico, que destaca a história do umbu, a importância da preservação da espécie e os principais benefícios que a fruta oferece à saúde, e por uma capacitação prática, que ensina as diversas receitas que podem ser feitas a base do fruto. De acordo com o pesquisador do fruto e técnico da EBDA na região, Arnou Dourado, o mais importante é conscientizar o público de que tudo pode ser aproveitado no umbu.
“No processamento, a polpa é utilizada em mais de doze receitas, a casca é usada na cocada, da calda faz-se a geleia e até o caroço tem serventia, pois, ao ser plantado, origina um novo pé da fruta, e sua raiz (xilopódio) é usada para fazer picles, gostoso e muito nutritivo”, garantiu Dourado. Ainda conforme o pesquisador, o umbu de cacho, menor do que os frutos tradicionais, pode ser usado para fabricação da umbuzeitona, uma conserva que, como mostra o nome, substitui a azeitona.
Só em janeiro foram realizados quatro cursos sobre o Processamento do Umbu, e, para este mês, estão programados outros onze, todos realizados pelo Centro de Formação de Agricultores Familiares do Território de Irecê (Centrefértil). Os cursos serão realizados nas comunidades Serra Azul, em Xique-Xique, e nas comunidades Gameleira e Ipanema, em América Dourada.
O chefe do Centrefértil, Raimundo Rocha, afirma que a procura tem sido grande e que a todo o momento chegam solicitações de associações que querem participar da capacitação. “Estamos fazendo todo o possível para atender a demanda. Pretendemos oferecer o curso ao longo do ano, já que, quando a safra acaba nas comunidades, nós fazemos um estoque no próprio centro, onde são ministrados outros cursos”, assegurou Rocha.
Fonte de renda extra
Além de propiciar ao agricultor o aproveitamento do umbu para subsistência, os cursos também têm o intuito de incentivar a comercialização dos produtos do fruto, uma fonte de renda extra, especialmente para as mulheres.
Na comunidade de Mocozeiro II, em Irecê, onde o curso foi oferecido no último dia 28 de janeiro, as mulheres da Associação Familiar Agropecuária de Mocozeiro II, se organizaram e chegaram a escrever um projeto para implantação de uma minifábrica de processamento de umbu, no local. “A gente agora quer começar a armazenar a polpa do umbu e comercializar para as prefeituras aqui da região, para ser usada na merenda escolar”, conta Gercina Figueiredo, presidente da Associação. “Além de fortalecer a alimentação em casa, nós queremos também aproveitar e ter uma renda certa com os produtos do umbu”, complementou Jandira de Assis.
Durante o curso, Arnou Dourado desenvolve receitas com ingredientes simples e de pouco custo, justamente para diminuir o custo de produção. “O intuito é agregar valor ao umbu. A cocada rústica, por exemplo, leva somente açúcar, a pasta do fruto e o côco ralado, o que valoriza o doce”, afirmou.
Na comunidade de Caldeirão do Uibaí, alguns agricultores também já estão armazenando a polpa de umbu para comercialização. O produto, após passar pelo processo de pasteurização, ensinado aos agricultores nas capacitações, pode ser guardado por até seis meses, em temperatura ambiente, sem adição de nenhum conservante. “Estes cuidados tornam a polpa disponível o ano inteiro”, garantiu o instrutor. Mais informações sobre os cursos podem ser conseguidas através do Centrefértil, no telefone (74) 3641-3713.
Ascom-Rezende
Fonte: EBDA /Assimp
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