Sebrae usa experiência baiana no processamento de chocolate
O Sebrae do Pará enviou um consultor a Ilhéus para obter informações e orientar os produtores rurais na instalação de unidade de processamento de massa de cacau e chocolate no município de Medicilândia, a 915 quilômetros de Belém, com o apoio do Governo estadual. Até sexta-feira, 16, Alberto Anders está aprendendo todas as fases do processo de beneficiamento com pesquisadores e técnicos do Centro de Desenvolvimento e Capacitação Tecnológica da Ceplac, que mantém unidade piloto na Superintendência da Bahia, desde 2004.
O consultor do Sebrae disse aos chefes do Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec), Adonias de Castro Filho, e da Seção de Tecnologia e Engenharia Agrícola, Neide Alice Marques Pereira, que a parte estrutural da primeira unidade de processamento de massa de cacau e chocolate do Pará está pronta há dois anos. Atualmente, o governo estadual está adquirindo o maquinário para que a unidade passe a operar processando 60 quilos de amêndoas por hora, o equivalente a 300 kg/dia, de cacau em barras de 1 kg tipo gourmet. Futuramente, se pretende colocar no mercado barrinhas de 25 gramas.
O projeto já absorveu recursos de um milhão de reais do Governo do Estado do Pará, que destinou outro milhão para os equipamentos e capacitação de mão de obra. Com o quilo do cacau em amêndoas sendo comercializado a R$ 5 no mercado local, o consultor Alberto Anders estima que, com o processamento, os produtores associados tenham melhor renda, inclusive pela disposição deles e das autoridades locais em fazer o beneficiamento do cacau em todas as fases, ou seja, da pós-colheita ao processamento.
O chefe do Cepec destacou os projetos desenvolvidos conjuntamente pelo Sebrae e a Ceplac em benefício de agricultores familiares e pequenos e médios produtores de cacau baianos, inclusive com a preocupação de capacitar a mão de obra, criação de marcas próprias com fixação da Indicação Geográfica (IG) e acesso a mercados. Adonias Castro Filho também fez referências a projetos de implantação de novas unidades de processamento na rodovia Ilhéus – Itabuna, com recursos do BNDES, e nos municípios de Ibicaraí e Itororó, em parceria com o Governo da Bahia.
No caso do Centro de Desenvolvimento e Capacitação Tecnológica, Adonias destacou a produção de chocolate com o cacau orgânico com a Cooperativa de Cacau Cabruca, que deve ser a referência em projetos semelhantes. Além disso, o chefe do Cepec afirmou que atualmente a Ceplac tem como desafios a qualidade do cacau transformado em chocolate, inclusive com a definição de materiais genéticos, a partir de clones resistentes e tolerantes à vassoura-de-bruxa ou de maior produtividade e sabor.
Ascom-Rezende
Fonte: Ascom/Ceplac