Produção agrícola com respeito ao meio ambiente

Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) foi debatido hoje em seminário no auditório da União dos Municípios da Bahia (UPB)

A parceria com agentes financeiros como Banco do Brasil (BB) e Banco do Nordeste do Brasil (BNB), entre outras instituições, foi apontada pelo secretário estadual da Agricultura, Eduardo Salles, como de fundamental importância para o avanço do Programa Agricultura de Baixo Carbono (Programa ABC) na Bahia.

 

 O secretário afirmou que este programa apesar de ser importantíssimo para a agropecuária brasileira e ter sido lançado nacionalmente há cerca de um ano atrás, na sua opinião, ainda não decolou, e cabe a todos nós avaliarmos o porque disto. “Acredito que este seminário é o primeiro passo para mudarmos o rumo do Programa ABC ao menos aqui na Bahia, e para efetivarmos isto vamos depender da união de todos: agentes financeiros, governos federal, estadual, municipal, e agropecuaristas”, diz Eduardo Salles.

O secretário da Agricultura representou o governador Jaques Wagner na abertura do Seminário de Sensibilização e Difusão do Programa ABC no Estado da Bahia, que acontece hoje (25) no auditório da União dos Municípios da Bahia (UPB), no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Segundo ele, é fundamental a importância do financiamento – com recursos a juros interessantes e com prazo de carência – para produtos “linkados” com o meio ambiente, visando conseguir uma produção agrícola que respeite os compromissos ambientais.

O desafio proposto pelo secretário foi bem recebido por Nilo Meira Filho, superintendente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB). “O BNB tem compromisso com esse programa, com destaque aos agricultores familiares cujo maior contingente está na Bahia. Temos uma carteira ativa de R$ 900 milhões e pretendemos superar a meta de R$ 1 bilhão ainda este ano”, informou Meira.

Já Paulo Hashimoto, superintendente do Banco do Brasil, informou que a meta é aprender mais sobre o Programa ABC, inclusive para poder destinar equipes para assessorar os agricultores familiares. “Temos 48 projetos na carteira e uma verba de R$ 10 milhões, que serão liberados até o dia 30 de setembro”, informou Hashimoto.

 A superintendente federal do Ministério da Agricultura na Bahia, Maria Delian Gomes Sodré, afirmou que o Programa ABC, lançado pelo ministério em 2010, tem a emissão de baixo carbono como compromisso. “A nível mundial, foi firmado em 2009, em Copenhaguem, estabelecendo a meta de reduzir em 20% a emissão de carbono até 2015. O programa é uma das prioridades do Ministério da Agricultura, pois o mundo necessita cada vez mais de alimentos e, por isso, o Brasil precisa produzir muito e de forma sustentável. A Bahia constituiu um grupo gestor do programa e este seminário é a sua primeira e importante atividade”, destacou Maria Delian.

Programa ABC

O programa tem o objetivo de aliar a produção de alimentos e bionergia com a redução dos gases de efeito estufa. Suas ações estão inseridas no Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011 e prevêem aplicação, em todo o Brasil, de R$ 3,1 bilhões em técnicas que garantem eficiência no campo, com balanço positivo entre sequestro e emissão de dióxido de carbono (CO2).

Estão garantidos recursos a agricultores e cooperativas, com limite de financiamento de R$ 1 milhão por beneficiário. O crédito será financiado com taxa de juros de 5,5% ao ano e prazo de reembolso de 12 anos. Até 2020 a previsão é de recursos de R$ 150 bilhões.

 Para difundir uma nova agricultura sustentável, que reduza o aquecimento global e a liberação de carbono na atmosfera, o Programa ABC incentiva seis iniciativas básicas com metas e resultados previstos até 2020: Plantio direto na palha, Recuperação de pastos degradados, Integração lavoura-pecuária-floresta, Plantio de florestas comerciais, Fixação biológica de nitrogênio, e Tratamento de resíduos animais.

A técnica do plantio direto na palha dispensa o revolvimento do solo e evita a erosão com a semeadura direta na palha da cultura anterior. A técnica protege o solo, reduz o uso de água, aumenta a produtividade da lavoura e diminui despesas com maquinário e combustível. O objetivo é ampliar os atuais 25 milhões de hectares para 33 milhões de hectares. Esse acréscimo permitirá a redução da emissão de 16 a 20 milhões de toneladas de CO2 equivalentes.

Recuperação de pastos degradados
O objetivo é transformar as terras desgastadas em áreas produtivas para a produção de alimentos, fibras, carne e florestas. A previsão é recuperar 15 milhões de hectares e reduzir entre 83 e 104 milhões de toneladas de CO2 equivalentes.

A integração lavoura-pecuária-floresta busca alternar pastagem com agricultura e floresta em uma mesma área. Isso recupera o solo, incrementa a renda e gera empregos. A meta é aumentar a utilização do sistema em 4 milhões de hectares e evitar que entre 18 e 22 milhões de toneladas de CO2 equivalentes sejam liberadas.

Já o plantio de eucalipto e de pinus proporciona uma renda futura para o produtor e reduz o carbono do ar através do oxigênio liberado pelas árvores. O foco é aumentar a área de seis milhões de hectares para nove milhões de hectares.

A técnica da fixação biológica de nitrogênio visa desenvolver microorganismos/bactérias para captar o nitrogênio existente no ar e transformá-lo em matéria orgânica para as culturas, o que permite a redução do custo de produção e melhora a fertilidade do solo. O ABC pretende incrementar o método na produção de 5,5 milhões de hectares e reduzir a emissão de 10 milhões de toneladas de CO2 equivalentes.

A iniciativa de tratamento de resíduos animais aproveita os dejetos de suínos e de outros animais para a produção de energia (gás) e de composto orgânico. Outro benefício é a possibilidade de certificados de redução de emissão de gases, emitidos por mercados compradores. O objetivo é tratar 4,4 milhões de metros cúbicos de resíduos da suinocultura e outras atividades, deixando de lançar 6,9 milhões de toneladas de CO2 equivalentes na atmosfera.

Autoridades presentes

A mesa do seminário foi composta pelo secretário Eduardo Salles, Maria Delian, representante do Ministério da Agricultura; Eduardo Vasconcelos, prefeito de Brumado e tesoureiro da UPB; Nilo Meira Filho, superintendente do BNB; Paulo Hashimoto, gerente de mercado e agronegócios do BB; Aldo Vilar, representando a Embrapa; Adelaide Lima (Desenbahia); Mauro Silveira (OCEB); José Márcio Carozo (Faeb); Paulo Valente, da secretaria de Educação; e Sérgio Murilo, da Ceplac.

Ascom-Rezende

Fonte: ASCOM/Seagri

Fotos: Heckel Junior

Pedro Rúbio

Assessoria de Comunicação da Ceplac