Piscicultura é alternativa para a agricultura familiar da região cacaueira Baiana
Com o objetivo de revitalizar a piscicultura familiar da região cacaueira da Bahia, o coordenador geral de orçamento e finanças da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac/Mapa), Edmir Ferraz, participou de reunião, na primeira quinzena de julho, com representantes do Ministério da Pesca e Aqüicultura. Entre os diversos assuntos discutidos e a participação de várias instituições, Ferraz frisou a busca da parceria para atrair recursos da ordem de R$ 500 mil visando a reestruturação da Estação de Piscicultura da Ceplac. A medida deverá beneficiar mais de 8 mil famílias de agricultores. O encontro foi no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra/MDA), em Brasília.
Edmir Ferraz acredita na piscicultura como uma das estratégias para gerar renda, fixar o homem no campo, produzir alimentos para comunidades pobres, indígenas, assentamentos de reforma agrária, e quilombolas. Ele explicou que a diversificação agropecuária é um elemento chave para dinamizar a economia regional no Sul da Bahia. Desde 1989 a região convive com a grave crise motivada, dentre outros fatores, pelo aparecimento da vassoura de bruxa. Ela destruiu cacauais, levando a queda de produção e produtividade, ao endividamento e descapitalização dos produtores provocando consequências econômicas danosas. Assim, é necessária a busca de alternativas para o produtor” disse.
Dados confirmam que houve uma redução da produção da cacauicultura nos últimos anos dando lugar a introdução de outras atividades agropecuárias. Nesse contexto a piscicultura também, tem um papel importante na melhoria da renda do produtor. Estudos confirmam ainda, às condições edafo-climáticas que é favorável ao desenvolvimento de piscicultura local. O potencial hídrico é representado por 19 bacias hidrográficas. Além de ser uma carne saudável, de alto valor nutritivo, o peixe pode ser produzido a baixo custo, com a vantagem de utilização de sistemas de criação em áreas inadequadas para outras modalidades agropecuárias.
Com a revitalização da Estação de Piscicultura da Ceplac, deverá ser produzido e distribuído, em grande escala, alevinos selecionados, além de a geração e difusão de técnicas de piscicultura, e capacitação de produtores, especialmente os pequenos, assentados de reforma agrária e indígenas. Também deverá se elaborar projetos piscícolas comerciais de pequeno e médio porte, assim como ampliar o monitoramento da qualidade da água, apoiar ações que assegurem os mecanismos para a organização associativista e a valorização da cidadania dos agricultores familiares.
Histórico
A piscicultura como atividade econômica na região data da década de 40, mas só em 80 ocorreu o incentivo da Ceplac, que implantou em sua sede, no município de Ilhéus, uma Estação em convênio com a Secretaria de Agricultura do Estado. Ela abrange uma área de 6 hectares, dos quais 3,5 há compõem seus espelhos d’água com uma capacidade de produção de alevinos de 2,5 milhões/ ano. Sua infra-estrutura hidráulica é de 35 viveiros em terreno natural.
Para estimular e intensificar a criação de peixes, a Estação da Ceplac foi ampliada em 1985 desenvolvendo pesquisas no setor. No período de 1980 a 2008, ela distribuiu 13,5 milhões de alevinos beneficiando 7 mil 835 propriedades em 91 municípios baianos. Essa produção encontra-se abaixo da capacidade da estação que é de 2 milhões e 500 mil alevinos.
As espécies produzidas variam de tilápias nilótica, tambaqui, pacu, e carpas: comum, prateada, cabeça grande e capim. Entre eles estão também, o Curimatá, piauaçu, o hibrido do tambaqui com o pacu, denominado tambacu. Além da produção e distribuição, a estação atualmente também, transfere tecnologia, capacita técnicos e agricultores, elabora projetos aquícolas, analisa monitora a qualidade da água e trabalha na formação de estágios supervisionados de nível médio e superior.
Ascom – Armênio
Fonte: Assessoria de Comunicação da Ceplac