Nova doença da cana chega a São Paulo

Nova doença da cana chega a São Paulo

Primeiro foco da ferrugem laranja foi confirmado em dezembro, na região de Araraquara

Institutos de pesquisa, agricultores, cooperativas, universidades e agentes de sanidade vegetal mobilizam-se para conter a ferrugem laranja, doença de fácil propagação e que vem afetando os canaviais paulistas.

Em dezembro, o Ministério da Agricultura confirmou a primeira ocorrência da doença no Brasil. O foco foi detectado na fazenda Paineira, no município de Rincão, na região de Araraquara (SP), e, segundo o ministério, já existem indícios de contaminação nas regiões de Piracicaba, Ribeirão Preto e Araçatuba.

O fungo da ferrugem laranja (Puccinia kuehnii) se espalha pelo vento e até pela roupa usada por pessoas que estiveram em um canavial infectado. De acordo com o diretor do Centro de Cana do Instituto Agronômico (IAC), em Ribeirão Preto (SP), pesquisador Marcos Landell, é possível fazer uma barreira biológica natural no Estado de São Paulo, com diferentes variedades de cana, resistentes, para evitar prejuízos.

Landell explica que somente uma variedade de cana é altamente suscetível ao fungo: a Q124. “Apenas 15% dos canaviais são ocupados por essa variedade. O setor é muito diversificado e não há motivo para pânico”, garante o pesquisador .

Nos últimos 10 anos, conforme Landell, cerca de 80 novas variedades de cana foram criadas, bem mais resistentes a doenças. “Um programa específico de monitoramento irá permitir o controle varietal da ferrugem laranja e as espécies suscetíveis, aos poucos, serão substituídas.”

“O produtor precisa visualizar o plantio de variedades resistentes. Achar que o canavial não será atingido é bobagem”, alerta o presidente da Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana), Ismael Perina Júnior. Segundo ele, uma infestação pode reduzir consideravelmente a vida útil da plantação. “Em vez de quatro ou cinco cortes, ele terá apenas dois, assim mesmo com baixa produtividade”, avalia

ASCOM-Rezende
FONTE: Luís Henrique Trovo – O Estado de S.Paulo