No próximo dia 02 de outubro, a Secretaria da Agricultura da Bahia (Seagri), através de sua Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), a Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) e entidades parceiras realizam o seminário de lançamento do Programa Fitossanitário de Controle da Lagarta Parda no Estado da Bahia. O seminário, voltado para produtores rurais (pecuaristas, apicultores, silvicultores, cafeicultores, entre outros agricultores) acontece a partir das 14h no Salão de Leilões (Tartesal) do Parque de Exposições Timóteo Brito, na Rua Engenheiro Alberto Almeida, São José, em Teixeira de Freitas (BA). As vagas são limitadas (200) e as inscrições devem ser feitas previamente na ADAB, através do telefone (73) 3291-7510 ou Aspex (73) 3281-7639.
Especialistas estarão reunidos para dialogar com os produtores e, conjuntamente, definir um plano de manejo para o efetivo controle da lagarta parda com a participação das prefeituras, das empresas, dos produtores rurais, das entidades ambientais que são membros da Comissão Técnica Regional, estabelecida e liderada pela ADAB.
“As lagartas estão entre as principais pragas que atingem os plantios de eucalipto. São 110 espécies nativas do Brasil. Picos populacionais da praga geralmente estão associadas aos eventos que deflagrem algum tipo de desequilíbrio ambiental. Em nosso cenário, possivelmente, os aspectos climáticos contribuíram. Essa praga é um problema de interesse nacional, das empresas e do Estado, devido à importância econômica da atividade tanto para a região, como também pela sua participação na pauta de exportação da Bahia”, explica o diretor geral da ADAB, Oziel Oliveira.
Estarão presentes: o presidente da ABAF, Sérgio Borenstain que vai falar sobre o setor florestal na Bahia e no Brasil; seguido do presidente executivo da Aspex, Gleyson Rezende, que vai falar da atuação da Associação dos Produtores de Eucalipto do Extremo Sul da Bahia; do professor do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Pedro José Ferreira Filho, que vai apresentar sugestões para o controle biológico da lagarta parda na Bahia; e do diretor da ADAB, Armando Sá, que vai abordar as ações conjuntas da ADAB e parceiros.
Ocorrências – Essa iniciativa veio após a constatação de que nos últimos meses, os plantios de eucalipto, café e de outras culturas localizados no Sul e Extremo Sul da Bahia têm sofrido com o ataque de lagartas, com predomínio da espécie lagarta parda Thyrinteina arnobia, responsável pelo desfolhamento de plantas. Este inseto é nativo, com presença já registrada ao longo dos anos em 14 estados brasileiros. Especialistas acreditam que mudanças no clima e desaparecimento de inimigos naturais podem estar favorecendo o aumento momentâneo da população deste inseto.
As lagartas – e as mariposas que elas se transformam – ficam normalmente nas áreas de cultivo. Uma das possíveis causas da presença dos insetos nas áreas urbanas é a forte atração que a luminosidade exerce sobre as mariposas. A atração pela luz é, inclusive, utilizada no controle de surtos esporádicos desses insetos por meio da instalação de armadilhas luminosas que atraem e apreendem as mariposas.
De acordo com o professor do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Pedro José Ferreira Filho, esta espécie não causa dano ao homem. “As lagartas não são urticantes e as mariposas, que perdem escamas naturalmente, não liberam pó tóxico”, explica.
Ação – O controle à praga de lagartas nos plantios de eucalipto está sendo realizado com o inseticida biológico à base de Bacillus thuringiensis. Trata-se de um produto biológico, de ocorrência natural, que controla de maneira eficaz as lagartas desfolhadoras. O produto é específico para lagartas, ou seja, não oferece risco à saúde do homem e animais. O mecanismo de ação do B. thuringiensis se dá através da liberação de toxina no sistema digestivo alcalino das lagartas e é inofensivo a todos os demais organismos, inclusive aos pássaros que se alimentam das lagartas mortas e aos insetos, como as abelhas.
Também não causam efeito de dispersão dos insetos para outros locais fora das áreas de controle. Além disso, preserva os inimigos naturais da praga, permitindo o estabelecimento do equilíbrio natural, assim que rompido o ciclo do surto atual. O produto (que é utilizado há mais de 70 anos) pode ser pulverizado de forma terrestre ou aérea e deve ser realizado sob rigoroso monitoramento de técnicos e de empresas especializadas.
Isso demonstra as práticas responsáveis das empresas para com o manejo florestal, preservação ambiental e respeito às comunidades circunvizinhas às suas operações. Estas iniciativas estão em linha com os padrões normativos internacionais, que orientam o uso racionalizado e previamente autorizado de produtos químicos. “As empresas de base florestal estão unindo esforços a outras instituições de pesquisa, extensão e de produtores rurais para buscar soluções coletivas que possam fazer frente ao risco de aumento desta ameaça à produtividade da agricultura na região”, informa Wilson Andrade, diretor executivo da ABAF.
Fonte: Seagri
Decom: Armênio