Em 15 anos o Brasil terá a agricultura mais eficiente do mundo

Durante palestra proferida no IV CNTEFFA o deputado federal e ex-ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou que a agricultura atualmente no Brasil tem uma capacidade extraordinária de crescimento e uma das mais eficientes do mundo e avança com grande velocidade. Ao que tudo indica, dentro de 15 anos seremos a agricultura mais eficiente do mundo.

 

Stephanes, que é economista, explicou que o país tem a capacidade de alimentar a população brasileira e ainda exporta milhares de toneladas dos seus produtos o que o torna detentor de 1/3 das exportações mundiais e em plena expansão. O trigo, particularmente, é um dos produtos cujo plantio está em pleno aumento e se afirma como produto exportável, também o dendê, segue a mesma linha, embora existam dificuldades para criação de lavouras, geradas sob o pretexto de proteção do meio ambiente. Por outro lado, os exportadores do dendê, por exemplo, não têm uma árvore em pé, por isso se tornam grandes exportadores e avançam na produção, “isso não significa que tenhamos que segui-los, mas deveríamos ser mais flexíveis para que possamos produzir aquilo que o mundo precisa”.

 O parlamentar enfatizou que deve haver mais participação do mundo na produção agrícola. “Há uma perspectiva de dobrar a produção mundial em 40 anos e o Brasil é um país que tem a maior área agricultável com condições técnicas e ambientais favoráveis ao crescimento da produção agrícola e terá, com certeza, uma grande participação nesse cenário, com ênfase para a capacidade do nosso agricultor que tem um passado histórico voltado eminentemente para à agricultura que passa de geração para geração e isso é um diferencial importante”.

 

No cenário da economia a agricultura se constitui num fator que puxa a inflação para baixo, funcionando como um regulador de mercado, embora o mercado seja imperfeito, em função da oferta e da procura, a tendência mundial natural é o aumento do consumo e, se não houver oferta de produtos agropecuários, a tendência, também natural, é o aumento de preços. O palestrante citou como exemplo a produção do café que, atualmente, se mantém com preços altos e firmes, justamente pela falta de aumento da produção, devido ao  longo período entre o plantio até que o mesmo comece a produzir, o que impulsiona os preços altos no setor. Já com outras culturas, há uma flutuação em curtos espaços de tempo que é regulada pela produtividade.

 

Entretanto, destacou Stephanes, o setor no mundo passa por um momento delicado, tendo em vista os baixos estoques reguladores. No nosso país os estoques de carne bovina, soja, milho e outros produtos agropecuários estão extremamente baixos e qualquer contratempo climático pode desencadear um rápido aumento de preços, no Brasil, a questão é agravada pela logística disponível para colocação dos produtos no mercado consumidor.

 

O ex-ministro mencionou quatro formas de crescimento sustentável. A primeira, na sua visão, é de que é possível aumentarmos a produção em 4,5% ao ano sem que precisemos aumentar a área cultivada, isso graças à tecnologia e eficiência dos nossos agricultores; a segunda seria o crescimento em cima de áreas de pastagem – onde a agricultura ocupa 70 milhões de hectares e a pecuária de corte 190 milhões de hectares. Da mesma forma, pelo viés da economicidade, podemos aumentar a produtividade através do uso da tecnologia. Estas são vantagens que o Brasil tem sobre os demais que são forçados a subsidiar grande parte da produção agrícola; neste sentido Stephanes acha que o Brasil, também deve criar políticas que efetivamente protejam os agricultores; a terceira forma de crescimento deve-se ao sistema de Irrigação – o Brasil tem um potencial extremamente abundante com água disponível e milhares de pivôs centrais instalados e a quarta e última forma seria a incorporação de áreas agricultáveis, porém o Brasil tem problemas de escoamento de safra com sistema de transporte ultrapassado com vias férreas sucateadas e hidrovias sem eclusas; portos subdimencionados, também o Brasil sofre com o sistema de representatividade do setor agropecuário, fazendo uma comparação da situação interna e externa citou uma frase típica “Somos ótimos da porteira para fora e ruins da porteira para dentro”.

 

Quanto ao setor de fertilizantes, Stephanes  disse que muita gente não tem idéia dos problemas que existem.  Segundo informou, atualmente 90% dos fertilizantes são importados e quatro países são produtores e o que mais o preocupa é a falta de interesse interno em explorar as jazidas aqui existentes, já comprovadas em pesquisas, como sendo uma das maiores do mundo; atrelado a isso falta representantes, internamente, por exemplo do trigo, e, essa falta de organização interna gera a imperfeição do mercado, fazendo com que o governo interfira na regulação dos estoques.

 

Colaboração- Alberto Vargas

 

Edição – Assessoria de Comunicação – Analu Alves   

FONTE: ANTEFFA