EBDA incentiva a expansão da cajucultura no Recôncavo baiano

Um dos símbolos do verão baiano, o caju representa a geração de emprego e renda para agricultores familiares, sobretudo na região do Recôncavo, onde cresce a participação na produção do maturi (amêndoa da castanha verde), usado na culinária baiana em pratos como peixes, saladas, frigideiras e servida in natura, assada.

Com período de safra nos meses mais quentes do ano, a cajucultura prevalece na região Nordeste do Brasil, onde se concentra 95% da produção nacional, principalmente nos estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Bahia.

Nesse contexto, a Bahia é o terceiro maior produtor do fruto, com área plantada de 26.266 hectares, área colhida de 26.020 e produção de 5.414 toneladas, quase toda concentrada na região semiárida do Estado.

Mudanças – Visualizando à participação da agricultura familiar na produção de caju no Recôncavo baiano, as Gerências Regionais da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) em Cruz das Almas e em Ribeira do Pombal, numa parceria para desenvolver a cajucultura na região, começaram a empreender ações como a distribuição de mudas para agricultores familiares.

Somente no final de 2010, foram distribuídas mais de 200 mudas de cajueiro anão precoce, o que já promoveu mudanças na realidade do agricultor. “Hoje, eles já buscam orientação para melhorar as suas produções, o que antes não acontecia. A produção era quase toda extrativista, sem assistência técnica nem orientação quanto ao melhor aproveitamento do fruto”, comenta Jorge Silveira, engenheiro agrônomo da EBDA.

Segundo ele, a parceria permitiu a disponibilização de novas mudas para a instalação de unidades demonstrativas e a formação de viveiros de produção, utilizando material genético de qualidade.

Diversos nutrientes – Do caju, a castanha é o principal produto comercializado pelos agricultores familiares no Recôncavo. No município de Cruz das Almas, concentra-se toda a comercialização da castanha in natura, da região, e estima-se que, na safra de verão 2010/2011, foram comercializadas mais de 1.500 toneladas, adquiridas em feiras livre ou em depósitos, por intermediários que vendem para compradores do Ceará.

Segundo Jorge Silveira, boa parte da castanha produzida na Bahia segue para o Ceará – maior produtor de castanha de caju do país –, onde são processadas e comercializadas. Além do aspecto econômico, os produtos derivados do caju apresentam elevada importância alimentar por ser rico em diversos nutrientes.

O pedúnculo do caju (falso fruto) é o que se consome ao natural ou em derivados (sucos, doces, cocadas). De coloração amarela ou vermelha, estão presentes altos índices de vitamina C, cálcio, fósforo e ferro.

Já a castanha ou amêndoa (fruto verdadeiro), quando torrada, tem grande valor no mercado internacional. Da castanha extrai-se um fino óleo de uso na indústria de cosméticos, de medicamentos, de alimentos, dentre outras.

A amêndoa da castanha de caju é rica em fibras, proteínas, minerais (magnésio, ferro, potássio, selênio, cobre e zinco) e vitaminas A, D e K.

De acordo com Silveira, o maior problema encontrado com o fruto é o desperdício durante a extração da castanha. Estima-se que, de toda a produção do Recôncavo, com a prática da extração da castanha, cerca de 90% do fruto é desperdiçado.

“O agricultor familiar retira a castanha e joga fora o que resta, perdendo assim um alimento saudável que poderia ser transformado em produtos como a cajuína, doces de caju, compotas em calda, tipo ameixa, geleia, caju cristalizado, farinha de pedúnculo, vinho, vinagre, licor, aguardente e xarope, tanto para o consumo da família como também para a venda em feiras livres e no comércio em geral.”

Ascom-Rezende

Fonte: SEAGRI