Ceplac em Rondônia, 39 anos de desenvolvimento
Em abril de 1971, foi dado um importante passo na conquista da Amazônia pelo órgão da lavoura cacaueira: a CEPLAC é instalada em Rondônia, naquele então território. Neste período a instituição trouxe para a região rondoniense a sua tecnologia, sua experiência vitoriosa, seu modelo institucional singular que integra a pesquisa agronômica, extensão rural e a educação. Estes modelos, ainda hoje contribuem para a geração, adaptação e transferência de tecnologia, desenvolvendo e incrementando a diversificação de agrocultivos para a agroindústria. Como outros importantes parceiros estão o INCRA, EMBRAPA, prefeituras, secretarias de agricultura, EMATER, Governo do Estado, Técnicos de várias áreas e, enfim todos que participam direta e indiretamente para o desenvolvimento agrícola do Estado de Rondônia.
A vinda da CEPLAC para Rondônia consolidou o retorno do cacau às suas origens, nativo que é da região amazônica, e atendeu a aspectos básicos como o ESTRATÉGICO pela fixação do homem ao campo, ECOLÓGICO por se tratar de cultura conservacionista, ECONÔMICO por se tratar de uma cultura rentável e POLÍTICO em virtude da melhor distribuição da produção.
A CEPLAC na região amazônica, particularmente em Rondônia é representada pela sua Superintendência Regional no Estado de Rondônia – SUERO a qual tem uma abastada e substanciosa relação de conquistas e progressos a ostentar, tendo como superintendente o Eng. Agrº Francisco da Chagas R. Sobrinho.
Vários são os indicadores de desenvolvimento da CEPLAC no Estado de Rondônia,. O mais tangível desses indicadores vem ser a evolução do plantio de cacaueiros em Sistemas Agroflorestais, (SAF) o qual ao encerrar o ano agrícola 2009 superou às expectativas.
A CEPLAC E O DESENVOLVIMENTO DO SAF EM RONDÔNIA
Em Rondônia, A CEPLAC, através de sua superintendência vem incentivando o plantio de SAF com cacaueiros destacando quatro modelos: a consorciação de cacaueiros e essências florestais, consorciação de cacaueiros e pupunheiras em renques, consorciação de cacaueiros e cafeeiros em renques e consorciação de cacaueiros e teca em renques. Estes modelos de SAF são resultados das pesquisas no Centro de Pesquisas da CEPLAC em Rondônia – CEPEC/RO. De acordo com o pesquisador da CEPLAC/CEPEC, Dr. Caio Márcio, Os SAF com cacaueiros reúnem diversos aspectos favoráveis para sua utilização na Amazônia, destacando-se: a mais eficiente comunidade vegetal quanto à proteção dos solos tropicais; promovem a agregação de matéria orgânica, reciclagem de nutrientes e preservação da vida biológica do solo, além de que, em pequenas áreas possibilitam renda econômica suficiente para um padrão de vida razoável e constituem alternativa para a recuperação de áreas degradadas e para reposição do passivo ambiental.
O crescimento estrutural em prol de um melhor atendimento ao produtor rural vem sendo conquistado através de importantes parcerias, junto a prefeituras estaduais e diversos órgãos públicos como a EMATER entre outros estaduais e federais. Hoje, a CEPLAC conta com três escritórios regionais que coordenam um atendimento a 47 municípios produtores de cacau, criando uma grande geração de empregos diretos e indiretos. A produção vem elevando-se a cada ano estimando-se um total de 18 mil toneladas de cacau seco/ano em uma área de 28 mil hectares, confirmando que o produtor vem aplicando recursos e conduzindo corretamente a sua lavoura, o que tem elevado sobremaneira o índice de produtividade por hectare. A implantação de cacau vem evoluindo a cada ano e já contam com mais de 12 mil hectares de cacau em desenvolvimento, destacando-se que todas as áreas antigas são em SAF tradicionais e as atuais em modelos de SAF tecnicamente desenvolvidos pela CEPLAC, no Estado de Rondônia a CEPLAC atende diretamente a 7.865 produtores e a 467 associações rurais.
CENTRO DE PESQUISAS DO CACAU DA CEPLAC EM RONDÔNIA
O Centro de Pesquisas do Cacau da CEPLAC em Rondônia – CEPEC-RO compõe-se da Estação Experimental Ouro Preto, criada em 1971 e localizada em Ouro Preto do Oeste, à 340 km de Porto Velho, que tem como finalidade gerar, adaptar e validar tecnologias para modernização da cacauicultura e de outras atividades agroflorestais, de forma a elevar o padrão de vida das populações e a sustentabilidade dos agroecossistemas.
De acordo com o Chefe do CEPEC/RO, Dr. Caio Márcio Vasconcellos C. de Almeida, nesta unidade é desenvolvido um Programa de Pesquisa que contempla projetos das áreas de Melhoramento de Plantas, Fitossanidade e Agrofloresta, os quais compreendem ações que buscam não apenas a geração de novas tecnologias para a modernização da cacauicultura regional, como também a identificação de alternativas para a diversificação da agricultura da região, como um estímulo ao aparecimento de novas riquezas agrícolas. Essas ações representam demandas identificadas previamente no meio rural e podem ser sumariadas conforme a seguir:
Melhoramento de Plantas – as ações estão centradas na ampliação, manutenção, avaliação e caracterização dos recursos genéticos do cacau, além de sua utilização no desenvolvimento de cultivares adaptadas às condições ecológicas regionais, sobretudo no desenvolvimento de variedades clonais de elevada produtividade e tolerantes às principais pragas e enfermidades. Compreende as linhas de pesquisa:
. Coleta, introdução e preservação de recursos genéticos de cacau;
. Avaliação, caracterização e documentação dos recursos genéticos de cacau;
. Comportamento de variedades clonais de cacaueiros.
Fitossanidade – como a vassoura-de-bruxa e a coleóbroca-dos-frutos constituem os principais responsáveis pela redução da produtividade das plantações de cacau da região, a pesquisa busca minimizar as ações desses agentes por meio do desenvolvimento de técnicas de controle integrado que reduzam tanto seus danos sobre a produção, como os custos operacionais. Também, procura-se viabilizar o desenvolvimento de técnicas de controle biológico, utilizando os recursos modernos da biotecnologia. Compreende as linhas de pesquisa:
. Manejo da coleóbroca-dos-frutos do cacaueiro e do cupuaçuzeiro Conotrachelus humeropictus;
. Avaliação de pragas em sistemas agroflorestais;
. Indução de resistência sistêmica adquirida em cacaueiros contra a vassoura-de-bruxa através da aplicação de sacarose.
Agrofloresta – nesta área a pesquisa prioriza o desenvolvimento de modelos alternativos de sistemas agroflorestais apropriados para o pequeno produtor rural, especialmente para a recuperação de áreas degradadas ou capoeiras, com o objetivo de sua reincorporação ao processo produtivo. Também, procura identificar novos modelos de intercultivo com o cacaueiro para diversificar as atividades agrícolas regionais. Compreende as linhas de pesquisa:
. Combinação de espécies perenes multifuncionais – frutíferas e florestais;
. Utilização de práticas agroflorestais na reintegração de capoeiras ao processo produtivo;
. Sistemas de intercultivo cacau x café;
. Avaliação de quintais agroflorestais no Projeto de Assentamento Margarida Alves, em Nova União;
. Fauna edáfica em sistema agroflorestal multiestratificado.
Nesta base física disponibilizam-se também produtos e serviços à sociedade, em apoio ao agronegócio rondoniense, tais como: i) sementes de variedades híbridas de cacau; ii) sementes e mudas de fruteiras e essências florestais regionais; iii) sementes e mudas de Tectona grandis; iv) dados climáticos de Ouro Preto do Oeste; v) análises e diagnósticos fitossanitários em cacau, palmáceas, gramíneas e principais fruteiras regionais e vi) capacitação técnica e treinamento em técnicas de produção. Anualmente, são recepcionadas cerca de mil pessoas interessadas em conhecer diversos segmentos do programa em foco.
Sua estrutura operacional compreende campos experimentais, bancos de germoplasma de cacau, fruteiras e essências florestais, laboratórios de entomologia e genética, estação climatológica e viveiros para produção de mudas. Para a implementação desse Programa de Pesquisa dispõe de contingente de 38 funcionários, dos quais: 4 pesquisadores (3 Doutores e 1 Engenheiro Agrônomo), 13 de nível intermediário (Agentes de Atividades em Agropecuária, Técnico em Contabilidade, Auxiliar Operacional em Serviços Diversos, Auxiliar em Meteorologia, Motoristas e Vigilantes) e 21 de nível auxiliar (Auxiliar Operacional em Agropecuária), além de 18 Operários de Campo terceirizados.
Adicionalmente, o Centro de Pesquisas do Cacau em Rondônia mantém estreito vínculo com as demais unidades de pesquisa da CEPLAC e com outras instituições de ciência e tecnologia, a exemplo de UNIR, EMBRAPA, ULBRA e Universidade Federal de Viçosa -UFV, buscando complementaridade de ações. Com a UNIR, Campus de Rolim de Moura, o CEPEC-RO participa na execução do projeto: Biologia e exigências térmicas e tabela de vida de fertilidade de Conotrachelus humeropictus Fiedler (Coleoptera: curculionidae) em cupuaçuzeiro. Com a EMBRAPA Rondônia a parceria visa apoiar ao projeto Alternativas agroecológicas para agricultura familiar sustentável em Rondônia. Com a ULBRA, unidade de Ji-Paraná, pesquisadores do CEPEC-RO têm orientado a execução de Trabalhos de Conclusão de Curso – TCC. A parceria com a UFV busca apoio na análise estatística de dados experimentais e assessoria na elaboração de artigos científicos.
Nos últimos cinco anos suas ações têm sido financiadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA, Banco da Amazônia S/A – BASA e Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA.
No que tange a agricultura familiar, a CEPLAC lançou o desafio de atender às necessidades e expectativas das famílias rurais, tanto nos aspectos sociais, quanto produtivos, econômicos e ambientais o que vem sendo executado sistematicamente.
“Como se vê, o processo de crescimento e desenvolvimento no setor agropecuário impulsionado pela CEPLAC, também se traduz em importantes conquistas no terreno sócio-econômico no Estado de Rondônia, estes resultados positivos é o fruto do compromisso social de uma instituição forte, arrojada, formada com servidores altruísticos”, ressalta Francisco das Chagas, superintendente da CEPLAC de Rondônia.
Ascom-Rezende
Fonte: Ascom-CEPLAC
quinta-feira, 22/4/2010