Ceplac apóia produtores de guaraná do Baixo Sul

“O guaraná da Bahia que aqui produzimos é de tão boa qualidade quanto o da Amazônia. Atualmente, a nossa luta é para alcançar melhores preços e atrair indústrias de beneficiamento para o Baixo-Sul”. A declaração é do produtor rural e secretário de Administração de Taperoá, Pedro Azevedo, ao final da 1ª Expo Inter Guaraná no município, que reuniu produtores de guaraná, pesquisadores e extensionistas da Ceplac e EBDA e contou com a participação do secretário estadual de Agricultura, Eduardo Salles, presidente da Câmara Setorial do Guaraná no Estado.

O secretário de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia assumiu compromisso de reativar a agroindústria do município de Nilo Peçanha, construída com recursos do Governo Federal para ajudar a estruturação do mercado do guaraná. Além disso, visitou algumas indústrias de beneficiamento de guaraná nos municípios do Baixo Sul: Valença, Nilo Peçanha e Taperoá.

Salles também se comprometeu chefiar missão técnica a Manaus, capital do Amazonas, juntamente com o prefeito de Taperoá, Antonio Fernando Brito Pinto, e produtores para negociar a instalação de planta industrial na Bahia do maior fabricante de refrigerantes do País. “Taperoá é o maior município produtor de guaraná da Bahia, que é o maior produtor do Brasil e não temos uma fábrica para agregar valor ao produto”, declarou Eduardo Salles, que representou o governo estadual no evento encerrado no Sete de Setembro.

Desde sua abertura, na sexta-feira, 3, a Expo Inter Guaraná constou de atividades técnicas, incluindo a 1ª Feira da Agricultura e Aqüicultura Familiar do Baixo Sul. Com o apoio da Ceplac foram realizadas palestras pelo pesquisador do Cepec José Roberto Vieira de Mello, sobre “Produção de Óleo de Dendê para Biodiesel e outras finalidades”, e dos extensionistas Milton Conceição, do Centro de Extensão da Ceplac, sobre “Manejo Integrado do Cacau”, e Waldo Luiz Coutinho Brito, chefe do Escritório Local da Ceplac em Taperoá, sobre “Cultivo e Beneficiamento do Guaraná”.

Segundo Waldo Brito, o evento dá continuidade ao trabalho iniciado ano passado com Dia de Campo na Associação Rio Negro, com mais de três mil participantes. Na ocasião extensionistas da Ceplac e da EBDA fizeram palestras de atualização sobre sistemas de produção de guaraná para produtores, cooperativas e proprietários de agroindústrias de beneficiamento.

Atualmente, os produtores recebem apenas R$ 10 pelo quilo do guaraná da Cooperativa de Fomento Agrícola de Valença (Coofab), que o repassa a R$ 17 para a processadora Ambev. O produto é embarcado no Porto de Salvador para Belém de onde segue de barco para Manaus e chega depois a Maués, onde está a planta industrial do grupo multinacional, que faz o processamento e vende o xarope a R$ 23. Depois, o produto faz todo o caminho de volta e chega à Bahia como se fosse produzido no Estado do Amazonas, o que significa perda de receita, já que a logística fica com a maior parte do recurso gerado.

O produtor rural e secretário de Taperoá, Pedro Azevedo, disse em entrevista ao programa de rádio “De Fazenda em Fazenda”, produzido pela Ceplac, entre segunda e sexta-feira, às 5h30min, na Rádio Difusora de Itabuna (640 Khz), com o apoio da ADAB, que desde 1994 desenvolve na Fazenda São Pedro, de sua propriedade, o primeiro projeto agrícola certificado de guaraná da Bahia, com outros integrantes da Cooperativa Agrícola Mista do Projeto Onça. A produção de guaraná é feita em pó e barricas para Alemanha, Itália, Estados Unidos e Amazonas, com o quilo cotado a US$ 16, um valor que lutam para ser elevado.

Ascom-Rezende

Fonte: Jornalista ACS/Ceplac/Sueba/ Luiz Conceição

Assessoria de Comunicação da Ceplac