Cacau fino é aposta para compensar a baixa produtividade

Se não dá para ganhar na quantidade, por que nao Investirem qualidade? Em 25 anos, o rendimento médio das lavouras de cacau na Bahia caiu de 7.43,41 quilos de amêndoa por hectare para386,09 o que representa uma perda de 48% de acordo com  dados do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A perda de produtividade, que por um lado inviabilizou diversos projetos, fez muita gente já habituada ao mercado de “massa”, conhecido como bulk, a arriscar a sorte na produção de cacau fino. Os prêmios oferecidos ao produto de alta qualidade podem elevar o valor médio datonelada da faixa dos US$ 100 para USS500, podendo chegara ate U$$1.5mil, de acordo com a Associação dos Profissionais do Cacau Fino e Especial (APCFE). A estimativa é de que a produção mundial represente pouco mais de 5% do volume total de cacau produzido no planeta.
As iniciativas individuais de produtores baianos visam atender tanto o mercado internacional – onde estima-se um déficit de produção anual de  20 mil toneladas –quanto o mercado brasileiro, que ocupa a terceira posição no consumo de chocolates.Para os produtores, a realização do Salon Du Chocolat entre os dias  8 de julho no Centro de Convenções será uma oportunidade de mostrar melhor o produto para os dois públicos.
“A produção baiana sempre, teve a fama de ser de ótima qualidade”, destaca o presidente do Instituto Cabruca e da Câmara Seterial do Cacau. Durval Libânio. Segundo ele, a certificação de origem e o próximo passo para a valorização de produtos cultivados na região Sul da Bahia, de acordo com o sistema agroflorestal conhecido como cabruca que alia a produção à preservação do bioma da Mata Atlântica.
Solução para o cacau é investir em produtividade
Para o produtor e especialista no mercado de cacau Thomas Hartman, o cacau fino não vai  resolver o problema da produção de cacau na Bahia.”Qualquer mercado de produtosfinos é por definição pequeno. Se crescer muito,vai perder os prêmios e deixará de ser fino”, avalia.
Para Hartman. a solução para a lavoura tradicional de cacau passa por investimentos que resgatem a produtividade nos solos da região Sul. “Depois da vassoura de bruxa, as plantações ficaram abandonadas e os produtores se endividaram com financiamentos e orientações técnicas inadequadas”, diz. Segundo ele. hoje já existe tecnologia para investir na recuperação da produção, mas os produtores não teriam para investir netas tecnologias.”Os preços estão relativamente bons, variando pouco, o que não conseguimos é resgatar a produtividade porque não temos dinheiro para investir”. diz.
De acordo com o chefe de gabinete do governador Jaques Wagner, Edmon Lucas, a retomada do cacau é importante para a Bahia. “Melhora a renda das famílias”, diz.
Fonte: Seagri
Ascom – Armênio