Bahia retoma papel de destaque na produção de cafés especiais

Bahia retoma papel de destaque na produção de café especiais

A Bahia retomou papel de destaque na produção de cafés especiais, tipo gourmet, vencendo importantes concursos de qualidade. O ápice ocorreu em 2009, quando produtor de Piatã, na região da Chapada Diamantina, tirou o primeiro lugar no rigoroso concurso de qualidade promovido pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, na sigla em inglês).

Os produtores baianos, porém, não se dedicam apenas aos cafés finos que, aliás, correspondem à mínima parcela da produção. No cerrado baiano, oeste do Estado, a cafeicultura local assume características empresariais, com aplicação de alta tecnologia, como irrigação e mecanização da colheita. Já no sul do Estado, tradicionais cafeicultores capixabas extrapolaram a divisa para levar às terras baianas o melhor estilo de cultivo de café robusta.

A Bahia atualmente é o quarto principal produtor de café do País. Em 2009, a safra alcançou 1,8 milhão de sacas de 60 kg (1,3 milhão de sacas de arábica e 500 mil sacas de robusta), perto de 5% do total nacional.

Apesar do potencial de crescimento da produção, a filosofia defendida pelo governo baiano “é a evolução em qualidade”, garante o coordenador do Programa Estadual de Café, Ramiro Neto Souza do Amaral, da Secretaria de Agricultura do Estado.

Planalto O cultivo de grãos especiais concentra-se em região produtora tradicional na Bahia, chamada genericamente de planalto. Nessa área houve um processo de revitalização a partir de 2001, quando cafeicultores de regiões como Chapada Diamantina, Planalto de Vitória da Conquista e região serrana de Brejões e Itiruçu passaram a investir na qualidade do café, como forma de driblar a crise de baixos preços.

Além das sucessivas safras pouco remuneradoras, a falta de investimentos e a momentânea “febre” do cacau mantiveram os cafezais do planalto em estado de letargia.

Mas a vocação pela produção de grãos finos vem desde meados do século passado, quando já se tirava desses cafezais o washed Bahia (café lavado da Bahia), da região de Brejões, que na Europa era muito famoso e valorizado.

Melhor do País Nos últimos anos, os cafés baianos voltaram a se desta car no mercado. Em 2006 e 2007, concurso de qualidade da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) considerou os cafés de Piatã como os melhores do Brasil.

Em 2009, especialistas internacionais elegeram em primeiro lugar o cafeicultor Cândido Vladimir Ladeia Rosa, da Fazenda Ouro Verde, em Piatã, no reconhecido concurso da BSCA. “As condições de clima e relevo são fundamentais na qualidade do café lavado da Bahia”, diz Souza do Amaral.

ASCOM -Rezende
Fonte: SEAGRI