Bahia é Estado livre do Mofo Azul

(Cruz das Almas/BA) – A Bahia é Estado livre do Mofo Azul, praga que atinge a cultura do tabaco. O anúncio foi feito na tarde desta quinta-feira, (25), em Cruz das Almas, durante reunião da Câmara Setorial do Charuto, pelo diretor do Departamento de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Cosan Coutinho, na sede da Embrapa. “Este é um momento de grande importância, porque com a obtenção deste status nós vamos incrementar a cultura do fumo e a produção de charutos de qualidade em toda região, mantendo os empregos e gerando novos postos de trabalho, além de dinamizar a economia de mais de 20 municípios da região do Recôncavo”. O certificado de livre desta praga abre definitivamente o mercado chinês e de outras partes do mundo. “Vamos entrar no mercado chinês, fábricas que fecharam vão reabrir. Este é marco e o passo importante para a Bahia”, destacou o secretário da Agricultura, Eduardo Salles.

O secretário acentuou que, “assim como o nosso café e o cacau, os charutos produzidos no recôncavo são reconhecidos nacional e internacionalmente, e serão também um excelente divulgador da Bahia”. Salles informou que a Seagri e a Bahiatursa, através de sua presidente, Emília Silva, já definiram uma parceria para que a riqueza da agropecuária baiana seja motivo de divulgação e atração de turismo para o Estado.

Para o diretor do Departamento de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Cosan Coutinho, a Bahia fez o dever de casa e cumpriu as exigências manifestadas pelo mercado chinês. “Em muito pouco tempo estaremos exportando tabaco e charutos para a China, e isso é em grande parte resultado do trabalho realizado pela Agência de Vigilância Agropecuária da Bahia, Adab”. Ele sugeriu a realização de uma missão à China para tratar especificamente do tema, dando a devida importância ao fumo do recôncavo baiano. “Enquanto estiver no Ministério eu serei embaixador desta causa”, disse.

O diretor geral da Adab, Cássio Peixoto, lembrou que os mercados cobram cada vez mais a eficiência dos padrões sanitários, realidade que a Adab encara com muita seriedade e responsabilidade. “É uma questão de saúde pública garantir a qualidade dos produtos, e com relação à produção baiana compete à Adab creditar a segurança fitossanitária. E foi isso que fizemos com relação à cultura do tabaco, cumprindo todas as exigências para caracterizar a Bahia como Estado livre do Mofo Azul, colocando o tabaco baiano em condições de competitividade fora do país”.

Emília Santos também destacou a importância da certificação, e apresentou o projeto “Rota do Charuto”, uma ação de agroturismo destinada a atrair visitantes para a região do recôncavo, tendo como destaque a produção dos charutos de qualidade internacional.

O prefeito de Cruz das Almas, Orlando Peixoto, disse que certificação de Estado Livre do Mofo Azul resolve um problema histórico, e resgata a importância da produção de tabaco, que se estende no recôncavo desde o município de Conceição da Feira até Conceição do Almeida. “Nós produzimos os melhores fumos aromáticos para charutos. O cultivo já alimentou milhares de famílias. Mão-de-obra formada principalmente por mulheres perderam o ganha-pão quando várias fábricas fecharam. Chegamos a produzir 200 milhões de unidade de charutos por ano, importando para o mundo inteiro”, disse o prefeito, alegrando-se com a nova realidade que começa a ser desenhada com o reconhecimento do Ministério da Agricultura.

A Bahia apresenta o segundo maior parque produtor de fumo do Brasil e o primeiro do Nordeste, empregando em torno de 12 mil trabalhadores. Com a abertura de mercado da China é estimado o incremento de 30% na produção baiana, que alcança atualmente cinco mil toneladas, segundo dados do Sindicato das Indústrias do Tabaco (Sindtabaco).

O tabaco é a mais importante cultura agrícola não-alimentícia do planeta, e contribui substancialmente para as economias de mais de 150 países. O Brasil, além de ser o segundo maior produtor de tabaco do mundo é o líder na exportação mundial do produto há 15 anos. Em média, 85% do fumo produzido no Brasil são destinados à exportação.

Ascom- Armênio

Fonte: Seagri