Adab avalia ações para evitar introdução da Mosca Negra dos Citros
Empenho. Dedicação. Responsabilidade. Essas foram as palavras que nortearam hoje a reunião de avaliação do Programa Estadual de Citros após a implantação do plano de contingência para evitar o ingresso da Mosca Negra no parque citrícola baiano. O encontro contou com a presença de mais de 50 pessoas entre agrônomos, técnicos e fiscais agropecuários da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) que trabalham em campo. A citricultura baiana ocupa hoje a segunda colocação no ranking nacional com produção de um milhão de toneladas/ano e possui a Certificação de Área Livre de Pragas dos Citros pelo Ministério da Agricultura (MAPA).
Para assegurar esse status, a Adab vai intensificar a fiscalização do trânsito de vegetais nas divisas ao norte do Estado, especialmente nas rodovias federais BR 101 (Rio Real), BR 110 (Paulo Afonso) e BR 116 (Juazeiro). “A citricultura na Bahia é um dos patrimônios mais representativos do Estado. Uma vez que a Mosca Negra esteja instalada o impacto social causado é enorme porque 70% dos nossos produtores são da agricultura familiar”, explicou o diretor geral da Adab, Cássio Peixoto, ressaltando que a praga está presente no país, causando prejuízos de 50 a 90%.
A praga é facilmente disseminada por mais de 300 hospedeiros, dentre eles, espécies frutíferas como abacate, banana, manga uva e caju e espécies ornamentais como helicônias, roseiras e crisântemos. “Todas as medidas adotadas no plano têm como premissa manter a sustentabilidade do agronegócio baiano, viabilizando aos produtores as condições necessárias para trabalhar em conjunto com a Agência e evitar a entrada da praga em solo baiano”, apontou o diretor de defesa vegetal da Adab, Armando Sá.
“Para evitar a dispersão da Mosca Negra nos pomares baianos a Adab vai intensificar todas as ações já estabelecidas no plano de contingência, compartilhando informações com os parceiros e socializando soluções”, destacou a coordenadora do Programa de Citros Suely Brito. Nos Estados do nordeste já existem registros de ocorrência da praga na Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará. A Bahia, apesar de ter a praga, mantém um rígido controle, evitando a dispersão, para os pomares comerciais. Para isso, medidas simples podem ser realizadas em conjunto com associações, sindicatos e setor produtivo: evitar o transporte de vegetais contaminados (ou parte destes) para locais livres da praga, produzir ou transportar mudas de plantas susceptíveis à Mosca Negra em ambiente telado, lavar para manter descontaminados os tratores, implementos e material de colheita e podar plantas cultivadas nos fundos de quintais.
“Mas nenhum desses instrumentos funciona sem mobilização, dedicação e empenho”, completou Cássio Peixoto. “Temos um plano forte, consistente, respaldado em aspectos técnicos e científicos”, pontuou o diretor, citando a participação ativa da Embrapa e da Biofábrica Moscamed Brasil na elaboração deste Plano de Contingência e de outros planos exitosos de controle e erradicação de pragas elaborados pela Agência como o da soja, algodão e mamão que serviram de referência para outras agências de defesa no Brasil.
A Adab também vai promover ainda inspeções fitossanitárias nos viveiros localizados em áreas de risco e o armadilhamento para detecção da praga em pontos críticos como aeroportos, ceasas, rodoviárias e postos de fronteiras. “Qualquer suspeita de ocorrência da mosca-negra-dos-citros, deve ser comunicada à ADAB para que o pomar seja inspecionado e aplicadas as medidas de erradicação do foco”, finalizou o diretor de defesa vegetal, Armando Sá.
Ascom – Armênio
Fonte: Seagri