Produção de milho no oeste da Bahia sofre com concorrência e baixos preços
De todas as commodities cultivadas no oeste da Bahia, o milho é a que passa por uma situação mais delicada. Esta é a avaliação do diretor executivo da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Alex Rasia, ao falar sobre as safras recordes registradas em 2010. Buscar alternativas e soluções para os problemas do milho são uma das questões que devem ser discutidas esta semana, durante a realização da Bahia Farm Show 2010, feira de negócios que será aberta amanhã e segue até o dia 5 de junho, no município de Luís Eduardo Magalhães.
Apesar da redução da área plantada, de 180 mil para 170 mil hectares, na safra 2009/2010,o milho registrou um ganho de produtividade. Este ano foram colhidas 145 sacas por hectare, enquanto no ano passado foram 135 sacas. O volume, porém, ainda não é suficiente para garantir o lucro dos produtores.
Isso porque o milho baiano sofre com a concorrência do chamado milho safrinha, produzido no Mato Grosso e que chega ao Nordeste com preços muito abaixo do praticado no oeste. “Esta concorrência está levando à diminuição da área plantada, que hoje é inferior a que seria recomendada tecnicamente”, explica Rasia.
De acordo com ele, o ideal seria que 1/3 da área plantada no oeste fosse ocupada pela cultura do milho. Hoje apenas 10% estão destinados a esta lavoura. “O milho é importante para a rotação de culturas, mas está perdendo espaço, principalmente para a soja”, revela Rasia.
Frete
A falta de infra – estrutura logística para escoamento da produção do milho é outro entrave para a cultura no oeste. Com o alto custo de frete em contrapartida ao baixo preço de mercado torna inviável aos produtores pensar em exportação.
A alternativa que seria a construção da Ferrovia Oeste Leste será discutida no dia 3 de junho, durante a programação da Bahia Farm Show.
Ascom-Rezende
Fonte: SEAGRI