Pau-brasil, exemplo de desenvolvimento sustentável

Mais de 131 mil mudas de pau-brasil já foram plantadas pelo programa de conservação da espécie desenvolvida no Sul da Bahia pela Ceplac. O programa tem como principal missão reverter à tendência de degradação que a árvore símbolo do País está sujeita, através do resgate e da conservação produtiva.

O Programa Pau Brasil estimula três formas de plantio: 50% para a produção comercial; 20% para atividade educacional-cívico-cultural; e 30% para conservação de base genética. Os colaboradores do projeto estão engajados e pretendem alcançar metas mais significativas.

Além de desenvolver ações de conservação, o programa vem atuando em pesquisa de produção, educação ambiental e fomento do plantio, reduzindo todas as possibilidades que colocam a espécie em risco de extinção.

É difícil uma retrospectiva da História do Brasil sem se fazer referência à árvore que representa o símbolo da nação brasileira, o pau-brasil, sem mencionar os capítulos que, além de relatar toda sua exuberância, mostram a sua importância dentro do contexto econômico, histórico, cultural e ambiental.

Diversos registros apontam que a espécie vem sendo explorada desde a época colonial até os dias atuais, sobrevivendo aos mais variados ciclos do extrativismo. A começar pela extração do corante vermelho intenso (brasilina), matéria-prima que era utilizada na produção de tintas para o tingimento de tecidos. Depois, pela utilização da madeira na fabricação de arcos para violinos.

A árvore nacional, que também faz parte do patrimônio histórico e cultural do povo brasileiro, encontra-se incluída na lista oficial das espécies ameaçadas de extinção e nas limitações impostas pela Lei da Mata Atlântica que parecem incapazes de coibir a exploração predatória da espécie.

O cacau-cabruca, um sistema de agricultura implantado há mais de 250 anos na Região Cacaueira baiana, foi responsável pela sobrevivência de significativos remanescentes da Mata Atlântica. Com o intuito de prover o sombreamento do seu principal cultivo, o cacau, permitiu a conservação de diversas espécies arbóreas, dentre elas, o pau-brasil.

Talvez, seja essa a maior herança que a Região Cacaueira acumulou. Um modelo de agricultura capaz de harmonizar simultaneamente a conservação e a produção.

Se o pau-brasil é símbolo da nação brasileira, o sistema cacau-cabruca representa o guardião da conservação de seus remanescentes.

Inspirado nesse exemplo de produção, a Ceplac, através de Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec), entrou em parceria com a sociedade civil e instituições governamentais na elaboração de um conjunto de ações que há mais de cinco anos vêm sendo executadas no Programa Pau-brasil.

Tendo em vista a data que marcou o descobrimento do Brasil, 22 de abril de 1500, a Ceplac continua trabalhando pela preservação de uma das espécies arbóreas brasileiras mais relevantes, o pau-brasil. A árvore que se tornou referência e marco do Novo Mundo é hoje exemplo de conservação produtiva que o sistema cacau-cabruca pode valorizar, sobretudo, por utilizá-lo como sombreamento.

Ascom – Armênio

Fonte: ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA CEPLAC