Oeste baiano é laboratório permanente de tecnologia
Para ampliar a base tecnológica de informação e promover a competitividade no campo, 800 sojicultores do Oeste baiano estão participando do concurso de produtividade desenvolvido pelo Comitê Especial da Soja no Brasil, Cesb. “Até o dia 30 de maio deste ano, os produtores inscritos deverão entregar os formulários de colheita contendo todas as informações do que foi aplicado na propriedade para aumento da produtividade, gerando um banco de informações e alimentando a pesquisa”, explica o representante da Cesb, Ricardo Balardi. A realização deste concurso foi uma das ações divulgadas durante a Passarela da Soja, um dia de campo realizado no distrito de Roda Velha, em São Desidério.
O secretário da Agricultura, Roberto Muniz, que esteve representando o governador da Bahia, Jaques Wagner, conheceu as principais variedades produzidas na região e falou sobre a importância de se desenvolver pesquisa para o agronegócio. “Aqui podemos ver a pesquisa aplicada. É o laboratório ampliado a cada ano. Aqui temos a visão de que a pesquisa gera resultados para o produtor e para o consumidor do produto final”, afirmou Muniz. Sobre a importância do Oeste Baiano, o secretário avalia que a atividade representa “um laboratório permanente de desenvolvimento do agronegócio na Bahia”, e afirma que “queremos esse desenvolvimento em todo o estado”. Vale ressaltar que a média de produtividade de soja na região, há 15 anos, era de 35 sacas por hectare e, hoje, graças à difusão tecnológica, chega a 50 sacas por hectare.
Ricardo Belardi define o Comitê Especial da Soja no Brasil como grande incubadora tecnológica. “Para a elevação da produtividade média, queremos incluir na próxima safra 1,2 mil produtores baianos de soja, promovendo, dessa maneira, a melhoria da rentabilidade do produtor. A idéia é que o órgão seja um futuro fomentador de instituições de pesquisa”, concluiu. A organização civil, composta por profissionais reconhecidos e atuantes nas diversas áreas da cadeia produtiva, desenvolve estratégias de incremento da produtividade através da troca de informações e de ações institucionais voltadas para a qualificação do produtor e tecnificação das lavouras.
Essas e outras alternativas de incentivo à produção, fomento à pesquisa e à sustentabilidade foram conhecidas durante a Passarela da Soja, Dia de Campo que aconteceu neste final de semana na comunidade de Roda Velha, em São Desidério. O evento, que oficializa o início da colheita da oleaginosa, superou as expectativas da organização e reuniu 1,2 mil pessoas, entre produtores, técnicos, empresários, pesquisadores e estudantes. Gestores estaduais e municipais também estiveram presentes. Durante o evento, os participantes levaram para casa ou propriedade mudas de espécies do cerrado, doadas por uma empresa de fertilizantes.
Foto: Heckel Jr. / Imprensa Seagri
Durante a Passarela da Soja, a Fundação Bahia lançou três novas cultivares resistentes à Nematóide e ao herbicida Glifosato. As variedades foram testadas em três centros e estão prontas para o produtor. “Com a produção dessas variáveis, garantimos diferentes produtividades, portes, engalhamento e altura”, declarou o presidente da Fundação Bahia, Amauri Stracci, ressaltando que a instituição de pesquisa não deixará de produzir a planta convencional.
Segundo o vice-presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia, Aiba, Sérgio Pit, a expectativa da safra de soja em 2010 é recorde, devendo chegar à marca de 3 milhões de toneladas do grão e uma área plantada de 1,05 milhão de hectares. Na última safra, foram colhidas 2,4 milhões de toneladas de soja.
Ascom-Rezende
Fonte:Ascom / Seagri/ Ana Paula Loiola/ Foto: Heckel Jr. / Imprensa Seagri