Impacto do clima no ciclo hidrológico é tema de palestra
O ciclo de palestras Diálogo das Águas, promovido anualmente pelo Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá), acontece hoje, com o tema Recursos Hídricos e Mudanças Climáticas. O segundo debate deste ano será realizado às 15h, no Auditório Paulo Jackson, na sede do instituto.
Aberta ao público, a palestra será proferida pelo secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente (SRHU/MMA), Silvano Silvério.
Os índices pluviométricos (chuvas), temperaturas do oceano, nebulosidade, umidade relativa do ar e a constante alteração térmica influenciam na qualidade e quantidade dos recursos hídricos.
Esses fenômenos relacionados às mudanças climáticas serão abordados durante a apresentação do secretário de Recursos Hídricos do MMA, que utilizará dados dos especialistas da Intergovernamental Panel on Climate Change (IPCC) – órgão líder em estudos das mudanças do clima – para sustentar argumentos sobre o impacto dessas alterações nas águas dos rios.
Aquecimento – Segundo Silvério, muitos efeitos são provocados pela variação do clima. “Em relação aos eventos hidrológicos, especificamente, podemos constatar a proporção de chuvas intensas em áreas continentais, o que acarretará a elevação dos níveis dos rios e o alagamento das várzeas, que provocam as enchentes.”
Ele explica que a escassez hídrica decorrente do aquecimento da temperatura e pouca precipitação em algumas áreas (ausência de chuvas, por exemplo) causa secas mais prolongadas. Isso se deve à mudança da distribuição espacial e temporal dos índices de evaporação e de umidade do ar originada pela alteração da temperatura atmosférica e oceânica. “Estes fenômenos preocupam os gestores dos recursos hídricos e administração urbana”, afirmou.
Segundo o secretário, outros problemas podem surgir com a variação climática, como a elevação da impermeabilização do solo, que dificulta a absorção de água, causando inundações e deslizamentos de encostas. Também geram preocupações as áreas urbanas costeiras, devido à elevação do nível do mar e da ‘intrusão’ de água salina nos lençóis subterrâneos, que abastecem grande parte das cidades litorâneas.
Ascom-Rezende
Fonte: SEAGRI