Ilhéus: capital brasileira da seringueira em agosto
Faltam 15 dias para a 2ª edição do Congresso Brasileiro de Heveicultura, que vai transformar Ilhéus na capital brasileira da seringueira, entre 10 e 13 de agosto. O evento, no Centro de Convenções Luis Eduardo Magalhães, está sendo divulgado em todo o País e exterior e contará com palestrantes de renome nacional e internacional, sob o tema: “Agronegócio Borracha: Desenvolvimento Sustentável Com Ênfase Na Inclusão Social”.
A expectativa é que participem cerca de 600 pessoas, entre estudantes, professores, produtores rurais, extensionistas, pesquisadores, membros de associações e cooperativas. Espera-se, ainda, ampla participação de expositores de empresas de insumos, agroindústrias, viveiristas e prestadores de serviço na heveicultura.
Durante a realização do II Congresso Brasileiro de Heveicultura (CBH) serão apresentados trabalhos orais e na forma de pôsteres, além dos trabalhos escritos, enriquecendo a programação científica. Além disso, serão realizadas duas visitas técnicas nas áreas experimentais da Ceplac e da Plantações Michelin da Bahia Ltda., no dia 13 de agosto, das 7 às 17 horas.
Atualmente, a Bahia possui 26.000 hectares cultivados com a seringueira, sendo 18.279 em exploração. Entretanto, o estádio avançado da maioria dos seringais e a redução na oferta de mão-de-obra qualificada são indicadores de uma redução na oferta de borracha natural, comprometendo a sobrevivência do setor a médio e longo prazo fatos que serão dissecados durante o evento.
A importância social e econômica da heveicultura para o sudeste baiano, notadamente em algumas sub-regiões deste espaço e os efeitos benéficos que poderão advir de uma política governamental em interação com a capacidade de investimento do setor privado, sugerem a criação de uma política voltada ao desenvolvimento do agronegócio borracha com efeitos positivos para os setores primário, secundário, terciário e para toda a sociedade.
O coordenador do II CBH e chefe do Centro de Pesquisas do Cacau (Ceplac/Cepec), Adonias de Castro Virgens Filho, afirma que a participação relativa da borracha natural no consumo total de elastômeros se caracterizou por uma proporção crescente no seu emprego, que evoluiu de 39,5% para 44,6 % no período entre 1995 e 2008, sendo isso atribuído à necessidade de assegurar uma melhor participação em produtos que exigem maior qualidade, bem como devido a elevação do preço da borracha sintética, em determinadas épocas.
O mercado mundial da borracha natural no período 1972-2008 teve um incremento de 245,7 % na produção que passou de 2900 mil toneladas para 10.026 mil toneladas, enquanto o consumo evoluiu 230,7 %, passando 3.050 mil toneladas para 10.088 mil toneladas. A partir do ano 2000, à exceção dos anos 2003 e 2004, o consumo vem superando a demanda, fato que tem contribuído para a elevação dos preços do produto no mercado, mesmo com o emprego da borracha sintética, produto substituto da borracha natural. Com o passar dos anos vem se observando redução no estoque regulador que passou de 2.060 mil toneladas para 1.409 mil entre os anos de 2002 e 2008.
A produção cresceu principalmente nos países asiáticos, em decorrência da retomada da produção de seringais desativados ou mal manejados e entrada de produção de novos seringais. Nessa fase houve redução na participação relativa da Malásia, outrora primeiro produtor mundial de borracha, que atualmente vem priorizando a exploração do óleo de palma, reduzindo a área com seringueira, e conseqüentemente, a produção.
Por sua vez, houve aumento da produção da Tailândia, Indonésia, China, Índia e Vietnam. O continente africano apresentou incrementos significativos, embora a sua participação no mercado global seja menor que 5 %. O Brasil, mesmo participando com apenas 1 % da oferta do mercado, apresentou uma evolução de 29,058 mil toneladas para 108,09 mil toneladas no período, conforme dados do International Rubber Study Group (IRSG, 2009).
Ascom-Rezende
Fonte: Ascom/Ceplac
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Fotos: Mary Melgaço
Jornalista/ACS/Ceplac/Sueba
Luiz Conceição