Funai anulará demarcação de terras em Olivença

  • Após constatar que os estudos antropológicos realizados nos municípios de Ilhéus, Una e Buerarema continham falsificações grosseiras, a Funai vai editar um decreto anulando a demarcação de 47.300 hectares para a implantação da reserva indígena Tupinambás. A notícia foi veiculada na revista Época, edição no 635, de 19 de julho de 2010 (última semana), na página 32.

Segundo a mesma edição da revista, a Funai também prepara outro decreto anulatório, desta vez para cassar a carteira de identidade indígena do pretenso índio Cacique Babau, que organizou mais de 20 invasões em fazendas dos três municípios. Babau se encontra preso numa penitenciária federal, sob a acusação de formação de quadrilha, porte ilegal de armas, invasão de terras e falsidade ideológica.

Segundo o secretário de Governo de Ilhéus, Alcides Kruschewsky, a matéria publicada na revista Época é resultado de estudos que apontam inúmeras irregularidades praticadas com a finalidade de demarcar as terras rurais e urbanas. “Agora, a Funai constatou que as denúncias que temos feito junto com a Associação dos Pequenos Agricultores de Ilhéus, Una e Buerarema são verídicas”, pontuou.

Alcides Kruschewsky ressaltou o empenho do ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, em apurar as denúncias com isenção. “A atitude do ministro fez com que a verdade, finalmente viesse à tona. Diante disso, fica muito evidente que se publicado o decreto de demarcação pelo presidente Lula, o que não acreditamos, esse ato será uma mancha na sua carreira política”, comentou.

Reunião – Durante um encontro organizado segunda-feira (19), pela Associação dos Pequenos Agricultores de Ilhéus, Una e Buerarema, no Sindicato Rural de Ilhéus, mais de 100 pessoas prejudicadas pelos conflitos causados pela demarcação das terras analisaram a notícia da revista Época e traçaram estratégias para continuar mobilizados. Segundo o presidente da Associação, Luiz Henrique Uaquim, há uma farta documentação comprobatória das falsificações, além da violência que foi praticadas contra os agricultores.

Para Luiz Henrique Uaquim, a investigação sobre as falsificações foi objeto de mais 70 reuniões e atos públicos realizados pelos produtores rurais, e se tornou um compromisso assumido em palanque público pelo presidente Lula. “Todas as instâncias legais concluíram pela fraude cometida e não seria possível que o Governo Federal acobertasse uma série de falsificações cometidas contra pessoas honradas e trabalhadoras”, declarou Luiz Henrique.

Se aprovada, a pretensa reserva indígena Tupinambá atingiria mais de 23 mil pessoas, entre moradores e pessoas economicamente ativas, que exploram hotéis, pousadas, bares e restaurante, dentre outros negócios.

Ascom-Rezende

Fonte: R2CPRESS