Educação sanitária para a prevenção da monilíase

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), através da Superintendência Federal de Agricultura e da Ceplac, e a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia, estão trabalhando com a educação sanitária como uma das ferramentas para a defesa agropecuária e prevenção da monilíase do cacaueiro, doença que inexiste no Brasil. A informação foi dada na quinta-feira, 11, pela coordenadora técnica da ADAB/Itabuna, Catarina Mattos Sobrinho, para quem as maiores armas de prevenção são a informação e o conhecimento para mudanças de atitude.

O Plano de Contingência da Monilíase do Cacaueiro também prevê como estratégias o monitoramento e a prospecção, mas a educação sanitária é útil por sensibilizar a sociedade, através de métodos e ações. O assunto foi debatido durante reunião técnica que reuniu pesquisadores e extensionistas da Ceplac, ADAB e Mars Cacau, além de cacauicultores e representantes da Associação dos Produtores de Cacau (APC) no auditório do Centro de Extensão da Ceplac (Cenex), no Km 22 da rodovia BR-415 – Jorge Amado, trecho Ilhéus – Itabuna.

Através de palestras das pesquisadoras Karina Sollis, do Instituto Nacional Autónomo de Investigaciones del Ecuador (INIAP); Yeirme James, da Corporación Colombiana de Investigación Agropecuaria (CORPOICA); Karina Gramacho, do Mapa/Ceplac; e Catarina Mattos Sobrinho, da ADAB, além do pesquisador Givaldio Niella (Mapa/Ceplac) se conheceu estratégias de controle, manejo integrado e educação sanitária no Equador, Colômbia e Brasil, respectivamente.

A pesquisadora Karina Sollis, por exemplo, disse que o importante foi compartilhar conhecimentos científicos com os pesquisadores brasileiros com quem trabalha na prevenção da doença provocada pelo fungo Moniliophthora roreri. “No Equador convivemos há 100 anos com a monilíase e há 40 anos trabalhamos para encontrar formas de controle. O manejo integrado é o que recomendamos com a adoção de controles cultural, biológico e químico, remoção de frutos infectados e cuidados especiais na nutrição e sanidade das plantas”, observou.

O Equador foi o segundo país sul americano onde a monilíase do cacaueiro apareceu por volta de 1917, mas as primeiras notícias da doença no continente surgiram na Colômbia. Atualmente a doença se espalhou por países andinos e da América Central, tendo o homem como principal fonte de disseminação pelo transporte de frutos e material botânico contaminado para as fazendas de cacau.

Para a pesquisadora equatoriana, o agricultor não pode jamais se descuidar de sua fazenda e nem das lavouras mantendo as áreas produtivas sempre limpas, fertilizadas e regadas se necessário, além de aplicar as tecnologias preconizadas pelos órgãos de pesquisa e extensão rural com controle químico à base de cobre e controle biológico com aplicação de produtos decorrentes das espécies de trichoderma.

O chefe do Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec), Adonias de Castro Virgens Filho, fez uma avaliação positiva do evento que contou com palestras sobre as estratégias de Equador e Colômbia para controle da doença e de manejo integrado da lavoura cacaueira naqueles países andinos. “Pudemos intercambiar informações e continuar construindo o projeto brasileiro de evitar a introdução dessa doença tão perigosa no território nacional, já que é uma grave ameaça à cacauiucultura em todo o mundo”, declarou.

Segundo Adonias Castro, o Plano de Contingência está sendo oficializado pelo Mapa, através de publicação no Diário Oficial da União, já que nele estão previstas as medidas necessárias para que se evite a introdução da doença no País. “Atualmente estamos estruturando um comitê integrado pela Ceplac, SFAs, ADAB e secretarias de Agricultura para que continuemos trabalhando as questões de educação fitossanitárias de orientação dos produtores rurais, compradores de cacau e as indústrias moageiras”, esclareceu, acrescentando que também serão produzidos folhetos e cartazes com informações sobre a sintomatologia da doença.

Ascom-Rezende

Fonte: CEPLAC/Jornalista ACS/Ceplac/Sueba/Luiz Conceição

Fotos: Jorge Conceição