Derivados de umbu do sertão baiano fazem sucesso na Europa
Derivados de umbu do sertão baiano fazem sucesso na Europa: Doce de Umbu para Corte
Créditos: DivulgaçãoDepois de quatro meses, está chegando ao fim a safra do umbu no sertão da Bahia. No norte do estado, a Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc) – já processou este ano 140 toneladas da fruta. A cooperativa produz doce, geleia, compota, suco e polpa de umbu e também, em menor proporção, de manga, goiaba, maracujá e banana.
A cooperativa tem 141 cooperados, mas 350 famílias das três cidades onde atua participam dos negócios que envolvem a cooperativa, desde a colheita até a comercialização. O maior cliente da cooperativa é a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – que compra produtos derivados de frutas para a merenda escolar de 12 municípios da região, atendendo a 87 mil estudantes da rede pública de ensino.
Através do Comércio Justo, pequenos mercados da Áustria e França se tornaram clientes da Coopercuc e passaram a vender, na Europa, as guloseimas produzidas no sertão nordestino. Fruta nativa da caatinga, o umbu é uma das principais fontes de vitamina C que há no semiárido e ainda possui uma grande composição de outros elementos essenciais na alimentação, como cálcio, fósforo, ferro e vitamina A.
No Brasil, quase todos os estados compram produtos derivados do umbu. Mas o maior cliente do mercado interno é o Empório Chiappetta, em São Paulo, cujo proprietário esteve recentemente na Coopercuc para conhecer in loco a produção e as novas linhas para o mercado que a cooperativa está testando.
Estão em fase de teste as frutas desidratadas e a calda para sorvetes. “Esperamos colocar os novos produtos no mercado ainda esta ano [2010]”, aposta a gerente comercial da Coopercuc, Jussara Dantas de Souza.
Derivados de umbu do sertão baiano fazem sucesso na Europa: Doce de Umbu Cremoso
Créditos: DivulgaçãoA cooperativa pretende ampliar de 180t para 500t a capacidade de processamento anual de frutas, para aumentar e diversificar os negócios já realizados. Para isso, conta com o apoio do SEBRAE, que está propondo uma consultoria na elaboração de um plano de trabalho que vai estudar as viabilidades técnica e econômica do negócio.
O plano deve ficar pronto em agosto deste ano e vai argumentar uma carta consulta a ser enviada ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) – para que sejam liberados recursos de financiamento. “Nós já apoiamos a Coopercuc em outras iniciativas, como certificação de produtos e queremos continuar ajudando no crescimento para que, cada vez mais, a produção de derivados do umbu seja um negócio sustentável para as famílias sertanejas”, diz o analista do Sebrae, Rinaldo Moraes.
E as famílias que vivem no semiárido baiano têm o umbuzeiros como símbolo de convivência e abundância, pois a produção independe das condições do tempo… “Desafiando as secas mais duradouras, amparam, alimentam, mitigam a sede do homem do sertão”, já dizia Euclides da Cunha, em Os Sertões.
Ascom-Rezende
Fonte: SEAGRI/Sebrae/BA/Juliana Souza