Ceplac incentiva cultivo do açaí com Dia de Campo

Para incentivar a diversificação econômica na Região Cacaueira da Bahia, a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa/Ceplac) realizou na sexta-feira passada, 20, um Dia de Campo sobre o cultivo do açaí, na Fazenda São Rafael, no Km 20 da rodovia Una – Arataca, município de Una, a 548 quilômetros de Salvador.

O evento foi promovido em parceria com o Instituto Cabruca e Raízes Agropecuária Ltda., com o encontro objetivo de mostrar a viabilidade econômica de cultivo do açaí na região Sul do Estado. A engenheira agrônoma da Ceplac Maria das Graças Parada proferiu palestra sobre “Cultivo do Açaí para Produção de Frutos”, quando disse que o fruto é mais uma alternativa econômica para a Região Cacaueira, aonde chegou para ficar.

A palestrante ensinou as formas corretas de plantio, escolha da área, que deve ser úmida, geralmente de pastagem e sujeita a alagamento, sem, contudo, ficar permanentemente alagada. A pesquisadora citou a necessidade de adquirir sementes de boa qualidade e fazer uma boa semeadura. Com relação a doenças e pragas no cultivo, afirmou que até o momento não houve problemas com o fruto.

Em termos econômicos, a pesquisadora informou que um hectare de açaí bem cuidado pode render R$ 16 mil com a produção de polpa, que pode render de 10 a 20 toneladas de frutos, se bem manejada. Atualmente o preço do fruto no mercado varia de R$ 0,50 a 0,90 o quilo. Atualmente na Bahia a procura pelo açaí tem sido grande porque as indústrias que processam polpas têm dificuldade em adquirir polpa, que é produzida em grande escala pelo Estado do Pará.

O chefe do Escritório Local da Ceplac em Una, Ênio Coelho Júnior, classificou o evento como importante por mostrar aos produtores alternativas para atravessar a entressafra do cacau, a exemplo do açaí, cupuaçu a graviola. ”É um negócio fantástico. O marketing é feito dentro das academias de musculação como fonte de ferro e potássio para as pessoas”, destacou.

O produtor de açaí Augusto Fontes aproveitou o Dia de Campo para tirar dúvidas. Ele veio do Rio de Janeiro com o interesse em produzir cacau orgânico para exportação, mas foi plantando outros cultivares, a exemplo da pupunha e seringueira para sombreamento, que resolveu investir no açaí. “Meu plantio só tem dois anos e as palestras foram esclarecedoras. Quanto mais informação melhor”, disse.

Para Fausto Pinheiro, proprietário da Fazenda São Rafael e presidente da Câmara Setorial do Agronegócio Cacau, as economias verdadeiramente sólidas e ricas são aquelas diversificadas. “Esse é o aspecto motivador desse dia, trazer para o universo do campo do produtor rural a idéia de que açaí é um grande negócio porque tem valor agregado e já tem sua cadeia produtiva totalmente implantada a exemplo de produtores, atacadistas e varejistas”, disse.

Ascom-Rezende

Fonte: Ceplac/(Estagiária) ACS/Ceplac/Sueba/Karina Lins