Ceplac e Instituto Frutal discutem criação de consórcio para o cacau
Dirigentes da Superintendência de Desenvolvimento da Região Cacaueira da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) na Bahia, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estiveram reunidos na quinta-feira, 19, com do Instituto de Desenvolvimento da Fruticultura e Agroindústria (Instituto Frutal) e produtores de cacau no Centro de Treinamento da Ceplac, no km 22 da rodovia BR-425, trecho Ilhéus-Itabuna.
Este segundo encontro teve por objetivo apresentar e discutir a criação de um consórcio de produtores de cacau das cidades de Ilhéus e Itabuna. “O intuito é melhorar a escala de produção do fruto do cacaueiro para que possa atingir melhores preços no mercado”, disse o diretor geral do Instituto Frutal, Fernando Antônio Mendes Martins.
Segundo ele, a diferença básica entre uma cooperativa e um consórcio é que neste os produtores podem comprar e vender juntos sem perder a sua individualidade, daí a possibilidade de o projeto dar certo na Região Cacaueira. “O consórcio serve a produtores, empresas e cooperativas”, afirmou.
A primeira reunião serviu para apresentar a proposta do trabalho a ser desenvolvida pelo consórcio. No segundo momento, o diretor do Departamento Nacional de Cooperativismo e Associativismo (Denacop) do Mapa, Daniel Amin Ferraz, fez uma explanação da elaboração do plano de negócios para definir a forma contratual como o consórcio será montado.
Durante o encontro no Centro de Treinamento da Ceplac, o diretor do Denacop comentou que a maior parte dos consórcios já realizados vem de cooperativas organizadas. Para Daniel Ferraz, o cooperativismo tem ajudado a disseminar a prática de consórcios no País. “Não faz sentido não aprovar o cooperativismo”, comentou.
Contudo, Ferraz atentou para um dos problemas do cooperativismo que é o fato de que todos querem montar a cooperativa, mas nem todos têm condições de investir. Para ele é preciso ter gerenciamento, ética e antes de tudo, vontade de ganhar dinheiro. “Nada funciona se não houver investimento de capital e comprometimento pessoal”, ressaltou.
Na visão do dirigente do Denacop quase 80% das empresas que são montadas no Brasil quebram antes do segundo ano de vida e as cooperativas estão entre elas. “A culpa está na falta de interesse das pessoas. É necessário melhorar a gestão para funcionar”, disse. O mesmo fenômeno acontece com o cacau que precisa de mais investimento e comprometimento por parte dos produtores, sejam eles ligados às cooperativas ou associações.
Como exemplo, Daniel Ferraz destacou a força de vontade do presidente da Associação dos Produtores de Cacau (APC), Henrique Almeida, que não poupa esforços para levar à Brasília todos os problemas enfrentados pelos produtores da região sul baiana. “Se hoje existe um convênio é por causa da iniciativa de Henrique. É preciso o setor ter representatividade o suficiente para ser ouvido”, frisou.
O produtor de cacau Raimundo Fontes considera animadora a possibilidade do consórcio. “O grande problema é a produtividade ainda muito baixa na região. Espero que os órgãos do governo estejam atentos a viabilizar ajuda para a região”, citou. O pesquisador da Ceplac Antônio Zugaib espera mais praticidade com a inserção do consórcio, mas defendeu o cooperativismo. “Se tiver participação, gerenciamento e profissionalismo, não há coisa melhor que cooperativismo. Isso não faz com que as pessoas deixem de participar do consórcio”, frisou.
Diante da realidade da produção de cacau, que no ano agrícola 2009/2010 chega a pouco mais de 150 mil toneladas/ano ante 400 mil toneladas na safra 1989/1990, os produtores alimenta a esperança de dias melhores. Também participaram da reunião: Mário Tavares, chefe de planejamento da Ceplac; os produtores de cacau de Ilhéus e Itabuna Geraldo Porto Dantas, Tennyson Nabuco, Raimundo Fontes, Hamilton da Silva, Isidoro Gesteira, José Carlos Maltez, Mário dos Santos e o fiscal federal agropecuário do MAPA Eduardo Magalhães.
O Instituto Frutal é uma organização social, que atua no mercado há 17 anos e tem como objetivo apoiar produtores e instituições públicas e privadas, visando desenvolvimento científico e comercial da fruticultura, floricultura e agroindústria.
Ascom-Rezende
Fonte: Ascom/Ceplac/Karina Lins -(Estagiária) ACS/Ceplac/Sueba
Karina Lins