Ceplac discute Seleção Genômica para o melhoramento de plantas
A Comissão Executiva da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Universidade Federal de Lavras (Ufla), do Brasil, e o Centro Internacional de Pesquisas para o Desenvolvimento (CIRAD), da França, realizaram, nos dias 29 e 30 de maio, um workshop sobre Seleção Genômica Aplicada ao Melhoramento de Plantas. O evento, realizado no auditório Hélio Reis, no Cepec/Ceplac, contou com a participação de cerca de 100 participantes, entre pesquisadores e estudantes de várias partes do Brasil. Ao todo, foram 12 palestrantes (10 palestras), seis franceses e seis brasileiros.
Entre os palestrantes, o pesquisador da Ceplac Jay Wallace Mota (junto com o pesquisador Carlos Rogério Silva), superintendente da Ceplac no Pará, falou sobre Diversidade Genética de Cacau na Amazônia Brasileira. Pela Ceplac ainda proferiram palestras Uilson Lopes e Karina Gramacho. Pelo CIRAD, os pesquisadores Didier Clement, Phillipe Lachenaud (palestra conjunta), Jean marc Bouvet, Xavier Argout, Fabienne Ribyere e Fabienne Micheli. Ainda proferiram palestras os pesquisadores Ronam Xavier (Uesc), e Júlio Bueno (Ufla).
De acordo com o organizador do evento, o pesquisador da Seção de Genética do Cepec, Dr. Uilson Lopes, a Seleção Genômica é uma técnica recém proposta na Holanda, que vem revolucionando o desenvolvimento de novas variedades de plantas e raças de animais em países como Holanda, Austrália, Estados Unidos e vários países da Europa, incluindo a França. “Nesses países, por exemplo, bezerros capazes de tornarem-se touros superiores são identificados nos primeiros dias de vida usando as técnicas de seleção genômica, muitos anos antes de se ter uma avaliação daqueles bezerros como touros”.
Ele diz também que, em plantas, da mesma forma, indivíduos superiores (mais produtivos, resistentes a doenças como a vassoura-de-bruxa) podem também ser identificados tão logo as primeiras folhas destas plantas são produzidas – um mês após a semeadura. “Assim, essa técnica acelera bastante os programas de melhoramento de plantas e de animais. Por exemplo, em cacau que, tradicionalmente leva-se 18 anos para produzir um novo clone, a partir da polinização no campo, este tempo pode ser reduzido em pelo menos 10 anos”.
Além disso, diz o cientista, a técnica permite a identificação de plantas com resistência a doenças que ainda não ocorrem no país, a exemplo da monilíase, que ocorre em países da América do Sul, mas ainda não foi identicada no Brasil. “Essa técnica vai permitir que variedades resistentes sejam desenvolvidas antes que a doença eventualmente chegue a uma dada região”, explica Lopes.
No Brasil, a seleção genômica ainda está em estágio inicial e vem sendo ainda pouco usada, principalmente no desenvolvimento de variedades de plantas florestais). “Em parte, isso ocorre devido ao desconhecimento dos aspectos teóricos e práticos da técnica. Por isso, acreditamos que este evento na Ceplac, reunindo especialistas franceses e brasileiros, contribuiu para reduzir esta lacuna no conhecimento”, revela Uilson Lopes.
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Fonte: Jornalista da Sueba – Superintendência da Ceplac na Bahia
Domingos Matos
Foto: Águido Ferreira
Decom – Armênio