Cajucultura é garantia de renda para agricultores na região nordeste
Com o status de ser uma relevante fonte de renda na região nordeste da Bahia, a cajucultura tem se destacado como uma das mais importantes atividades desenvolvidas pelos agricultores familiares, principalmente no município de Ribeira do Pombal, o qual já é conhecido como a “capital baiana do caju”. Dessa forma, a Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), através da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A (EBDA), intensificou seus investimentos em pesquisas e assistência técnica aos cajucultores, naquela região.
Dentre as metas traçadas para a cajucultura no ano de 2010, a EBDA tem projetado o desenvolvimento de pesquisas, nos laboratórios da empresa, visando a análise das pragas do cajueiro, zoneamento da cultura, levantamentos e diagnósticos na região, e a implantação de sistemas de manejo para o caju anão precoce. Na área de serviços, a empresa trabalha com a produção de mudas de qualidade superior, que são disponibilizadas, com valores subsidiados, para o melhoramento das áreas dos agricultores familiares, em todo o Estado, além de intensificar o serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) aos pomares da região.
Segundo o diretor de Agricultura da EBDA, Hugo Pereira, o objetivo dessas medidas é ratificar as ações exitosas, inclusive a de substituição de copas, onde o manejo é realizado em plantas pouco produtivas. Para o diretor é fundamental o acompanhamento e a orientação dos técnicos da empresa, aos agricultores, na condução correta da atividade, desde o plantio até a colheita. “A técnica é simples, porém requer dedicação. O processo tem início com o corte do tronco do caju numa altura de 40 cm da planta, onde o agricultor escolhe e seleciona o broto, em seguida o caule é decepado. No período de três meses a planta renasce, e através deste broto é enxertado o material mais produtivo. O agricultor tem resultados mais satisfatórios em intervalos de seis meses, o que resulta no aumento da produtividade,” explicou Hugo Pereira.
A expectativa da empresa, para este ano, é de produzir 70 mil mudas, para atender à demanda dos agricultores familiares envolvidos em programas e projetos relacionados à cadeia produtiva do caju, a exemplo dos cooperados da Cooperativa de Cajucultores Familiares da Região Nordeste da Bahia –Cooperacaju.
De acordo com a engenheira agrônoma da EBDA e coordenadora do programa, Mary Ferreira, que atua na Gerência Regional de Ribeira do Pombal, a empresa tem direcionado sua atenção ao cajueiro anão precoce, que tem como características peculiares seu porte baixo, produção a partir do segundo ano, alta produtividade e qualidade dos frutos. “A planta tem recebido a merecida atenção, por, entre outros fatores, facilitar e reduzir os custos dos tratos culturais e colheita”, afirmou Mary Ferreira.
Só em 2009, a EBDA produziu aproximadamente 20.000 mudas de cajueiro anão precoce, sendo que mais de 11 mil mudas foram comercializadas e o restante, utilizadas nos trabalhos de pesquisas e unidades de demonstração, no estado.
“Quando comparado ao cajueiro comum, o cajueiro anão precoce produz de três a quatro vezes mais, todavia, para o agricultor obter resultados satisfatórios deve seguir, à risca, as orientações dos técnicos” concluiu Mary Ferreira.
Produção
O caju é uma fruta rica em Vitamina C, Ferro e Fibras, tem como período de sua safra o início de novembro, estendendo-se até fevereiro do ano subsequente. O pico de sua produção ocorre entre o segundo e o quinto ano de plantio, gerando uma média de extração de castanha de 20 mil toneladas/ano, na região, além de ocupar a mão de obra familiar no período de entressafra.
Apesar dos números expressivos, estima-se que 30 a 40% dos cajueiros cultivados pelos agricultores familiares são pouco produtivos ou possuem baixa qualidade. Por isso, a produção de mudas de cajueiro visa colocar, à disposição dos agricultores familiares, materiais de qualidade comprovada, que possam aumentar consideravelmente a produtividade de castanha de caju, e a obtenção de pseudofruto de boa qualidade. Uma curiosidade explicada por Mary Ferreira é que o fruto do caju é, na verdade, a sua castanha, enquanto o pseudofruto é a parte utilizada para o consumo in natura, para a fabricação de doces e sucos.
Do caju, tudo se aproveita. A castanha serve para o consumo humano, de forma industrializada, e sua resina (ou óleo) é utilizada na fabricação de tintas e vernizes. A poupa (pseudofruto), pode ser aproveitada na fabricação de sucos, refrigerantes, cajuína, néctar, doces, em compotas ou cristalizados, e na culinária. Para o consumo in natura, como o caju é muito perecível, uma nova possibilidade passou a ser visualizada, onde as pesquisas indicam que o processo a frio prolonga a vida útil do produto, entre 10 a 15 dias.
Ascom -Rezende
Fonte: SEAGRI/Assimp/EBDA
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