Cacau fino ganha espaço no Sul da Bahia
Posted junho 1st, 2010 by Roberto Rabat Chame
O cacau fino cada vez mais é produto de exigência no país e vem atraindo interesse do mercado internacional. Os produtores do sul da Bahia estão trabalhando para que as amêndoas tenham mais qualidade, incluindo novas alternativas para aumentar sua produção.
Desde o processo da colheita, manejo e fermentação garantem ao cacauicultor a possibilidade de obter um produto sofisticado e de qualidade superior. Os custos do manejo são mais caros e os cuidados também são maiores, no entanto os resultados podem ser bem significativos.
A diferença da produção do cacau fino começa no campo. Os frutos são colhidos no mesmo grau de maturação do cacau tradicional e devem estar isentos de qualquer tipo de perfuração ou doença, para não iniciar a fermentação precoce das amêndoas. O processo como um todo é orgânico e mais lento, com a finalidade de apurar certas características bioquímicas das amêndoas.
“O importante da colheita é que ela tenha uma freqüência inferior a 21 dias, para maior aproveitamento dos frutos. É importante a seleção dos frutos antes da quebra, porque participam de todo o processo de beneficiamento da elaboração do cacau gurmet”, é o que conta o produtor João Tavares em entrevista a TV mercado.
Proprietário da fazenda São Pedro que fica em Ilhéus no sul do estado, com 377 hectares plantados, Tavares já exporta amêndoas para Bélgica e Suíça. No mercado nacional tem compradores em Santa Catarina, Rio de janeiro e já se prepara para outras grandes parcerias.
Algumas tecnologias foram desenvolvidas na própria fazenda para o melhoramento das amêndoas como os cochos cilíndricos que auxiliam na distribuição da temperatura: “O que acontece nos cochos são trocas térmicas, como não tem os cantos, a temperatura é homogênea em toda a massa do cacau permitindo um percentual maior de amêndoas fermentadas”, conta Tavares.
Na fazenda também é utilizado um processo cuidadoso de secagem em barcaças para não quebrar as amêndoas, que são divididas em lotes individualizado para garantir a rentabilidade do beneficiamento.
Vale destacar que a produção de cacau fino é mais cara que a produção tradicional. Uma arroba vale normalmente o dobro do cacau comum.
Assista ao vídeo desta matéria no link:
http://www.mercadodocacau.com.br/index.php?menu=videos&id=72&tipo=3
Ascom-Rezende
Fonte: Mercado do Cacau/R2CPRESS