Brasil apresenta ações para o setor cacaueiro

País sedia encontro da Aliança dos Países Produtores de Cacau (Copal) na próxima semana. Investimentos em pesquisa elevaram a produção nacional em 15,5%, de 2008 a 2010

Brasília (12/09/2011) – Sexto maior produtor de cacau do mundo e quarto maior produtor de chocolate, o Brasil vai sediar, na próxima semana, o encontro da Aliança dos Países Produtores de Cacau (Copal, na sigla em inglês). O evento será realizado em Brasília, de 12 a 16 de setembro, no hotel Brasília Royal Tulip, quando representantes de nove países vão debater políticas de incentivo ao setor cacaueiro. O Brasil vai mostrar as ações adotadas nos últimos anos para ampliar a produção e torná-la mais eficiente.

A pesquisa foi a principal responsável pela evolução da cacauicultura brasileira na última década. Nos últimos anos, o cultivo de cacau cresceu 15,5%. Em 2008, a produção era de 202.030 t, e passou para 233.348 t em 2010. O trabalho da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), vinculada ao Ministério da Agricultura, trouxe ao país novas variedades produtivas e resistentes, inovações tecnológicas em sistemas de produção e o desenvolvimento de técnicas pós-colheita. Esses fatores, aliados ao acompanhamento e orientação oferecidos aos produtores, fizeram com que a qualidade do cacau produzido no Brasil seja comparada hoje à dos melhores produtores do mundo.

Com 60 mil agricultores cultivando o cacau, o país detém hoje a maior taxa de incremento de consumo de chocolate per capita do mundo. Passou de 0,2 kg/por ano em 2002, para 1,3 kg per capita, no ano passado. “Esse acréscimo se deve à eficiência das políticas públicas que aumentaram o poder de compra da população”, afirma Jay Wallace, diretor da Ceplac.

Além disso, Wallace afirma que o Brasil continuará investindo na melhoria das lavouras, pois o país precisa de mais produção para suprir o mercado interno. O aumento da produção pode ser feito tanto pela recuperação dos níveis de produtividade, como pela expansão da área cultivada. “É importante conseguirmos atender nosso consumo. Quanto menos amêndoas importadas, menor o risco de trazer doença de outros países”, diz.

Após a grande crise nos anos 80, o país trabalha para recuperar a produção e já conquistou reconhecimento internacional, sendo reconhecido com o prêmio de melhor cacau da América Latina no Salão de Paris, em 2010.

Saiba mais

O Brasil tem seis estados produtores de cacau. A Bahia detém a maior parcela, com 61% da produção nacional. São mais de 33 mil agricultores com uma área cultivada de 550 mil hectares. O estado do Pará é o segundo maior produtor. São mais de 110 mil hectares de área cultivada, que geraram 60 mil toneladas do produto em 2010. O estado é responsável por 23% da produção total brasileira.

Roraima, Espírito Santo e Amazonas respondem por outros 15%. Nos últimos cinco anos, o Brasil teve uma produção anual média de 160 mil toneladas. Além da produção crescente, a lavoura brasileira pode se expandir de forma sustentável. “A maior parte da nossa produção é feita em sistemas agro-florestais. Os métodos preservam as florestas e ainda podem ser enquadrados no Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC)”, aponta Wallace.

O Brasil é um dos países fundadores da Copal. A aliança foi instituída em 1962, em Abidjan, Costa do Marfim. Gana, Nigéria, Brasil, Costa do Marfim e Camarões criaram o grupo, que tem hoje dez participantes. Os encontros da aliança são periódicos e discutem políticas para o setor cacaueiro.

Este ano, um dos destaques na programação é o workshop sobre certificação e qualidade de cacau no mundo. Na ocasião, serão discutidas propostas para buscar padronização qualitativa para produção e exportação de cacau. (Débora Bazeggio)

Confira a programação do Copal 2011:

Segunda
09h às 18h – Workshop sobre Certificação

Terça
09h às 13h – Workshop sobre Certificação
14h às 18h – Reunião do Comitê de Especialistas de Mercado

Quarta
10h às 10h30 – Solenidade de Abertura
10h30 às 11h30 – Apresentação da Agência Brasileira de Cooperação
11h45 às 13h – 74ª Assembleia Geral
14 h às 16h – Reunião do Comitê Científico
16h15 às 18h – Reunião do Comitê Econômico

Quinta
9h às 13h – Comitê Administrativo e Finanças
14h às 18h – 74ª Assembleia Geral

Sexta
9h às 18h – 74ª Assembleia Geral

Fonte: www.r2cpress.com.br

Ascom-Rezende

Foto: ATEFFA/BA