Biocombustível a partir da tilápia

tanquesA extração do óleo para produção de biocombustível foi resultado de pesquisa realizada pela Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec), vinculada à Secretaria da Ciência Tecnologia e Educação Superior do Estado (Secitece), onde foi criada uma máquina que converte 50% do descarte em gordura. A partir daí, a matéria-prima é transformado em biodiesel. As vísceras representam 10% do peso da tilápia.
A fábrica terá capacidade para produzir 8 mil litros de óleo por dia, onde já possui compra assegurada pelo Governo Federal através da Petrobras.
“São dois pontos importantes que o município ganha com a usina. Primeiro, no caso do biodiesel da víscera de peixe, se agrega valor à produção do pescado em que o material jogado fora passa a ter um valor; e segundo, que se resolve a questão ambiental, já que o material é destinado à produção de óleo”, explica Moreira.
A Prefeitura de Jaguaribara já dispõe de um terreno onde se localizará a usina e já sinalizou como positiva a estrutura para a instalação. Até o fim deste mês, deverá ser entregue à comunidade. O trabalho será acompanhado por técnicos do Instituto Federal de Educação Ciência de Tecnologia do Ceará (IFCE), que capacitará as associações de pescadores para utilizar e gerir a pequena usina.
Em Morada Nova, a usina também será entregue, mas não há pressa para sua operação, segundo afirmou Moreira. O intuito é diversificar a cultura diante da inviabilidade de produção de arroz no perímetro. “A produção de arroz demanda muita água e, diante desta seca, há uma necessidade de se diversificar o cultivo com culturas que demandam menos água”, explica.
O perímetro irrigado de Morada Nova receberá duas usinas, primeiramente a de biodiesel, seguindo da usina de etanol, já confirmada pelo Dnocs.
De acordo com o presidente da Associação dos Moradores do Sítio Exú e Adjacências, Clodoaldo Galvão, a usina beneficiará 250 hectares de cana de açúcar e 100 hectares de sorgo sacarino, ambos para produção de etanol. “Também será implantada para a produção de biodiesel a mamona e o algodão colorido que, além de ter a fibra mais cara, o caroço é industrializado fazendo o óleo”.
De acordo com Clodoaldo, a desvalorização do preço do arroz diante da importação de outros países, os altos custos de produção e a seca deixaram o cultivo muito caro para os pequenos produtores. A produção de biodiesel e etanol aparece como alternativa importante para manter o homem no campo.
“Só em termos nossa produção com compra assegurada pelo governo já estimula. Então tem que agilizar a implantação das usinas”, ressalta.
Todo óleo produzido nas usinas destes dois municípios serão comprados pela Petrobras, através da usina localizada na comunidade de Muatama, município de Quixadá, no Sertão Central. O produto terá um valor diferenciado, com preço acima do mercado, para estimular a produção e garantir renda aos produtores.
Fonte: Agrolink

Decom: Orlando