Bahia terá dois terminais pesqueiros em nove meses

Para dinamizar a atividade pesqueira baiana, a Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia, Seagri, através da Bahia Pesca, vai construir em Ilhéus e em Salvador dois terminais pesqueiros que irão beneficiar cerca de 30 mil pescadores. A assinatura da ordem de serviço das obras aconteceu nesta terça-feira, (25), em evento realizado na Fundação Luis Eduardo Magalhães, com as presenças do governador Jaques Wagner, do ministro da Pesca e Agricultura, Altermir Gregolim, secretário da Agricultura, Eduardo Salles, e do presidente da Bahia Pesca, Isaac Albagli. Os terminais representam investimento da ordem de R$ 20 milhões. Os postos tem previsão de estar concluídos em nove meses.

“A Bahia tem a maior costa do Brasil, com 1.183 mil quilômetros e um grande potencial pesqueiro inexplorado. Agora, além da construção dos terminais, teremos as primeiras quatro embarcações para a pesca oceânica, o que vai aumentar a capacidade de produção dos nossos pescadores”, disse o secretário Eduardo Salles, que retornou da China na madrugada desta terça-feira, com uma boa notícia para o setor. “Empresários e técnicos do governo chinês virão à Bahia para conhecer o Estado, dispostos a investir na pesca oceânica, na criação e beneficiamento de peixes”. Eles são do Estado de Shandong, referência em pesca na China. “O estado chinês tem três mil quilômetros de costa, três mil embarcações, mil indústrias de beneficiamento de pescado, e produz 5 milhões de toneladas/ano de peixe”, informa o secretário, lembrando que com o mesmo número de pescadores, que os chineses (100 mil), só produzimos 80 mil toneladas/ano. Shandong aparece nas pesquisas como o primeiro estado da Ásia em tecnologia marinha.

Em Salvador, o terminal ficará localizado na Ribeira, na Enseada dos Tainheiros. Já em Ilhéus, o terminal vai ser construído nas instalações do antigo porto da cidade, localizado na Enseada do Pontal, próximo à foz do Rio Cachoeira. Entretanto o impacto positivo das construções será sentido muito além. “A área de abrangência dos dois terminais inclui, além de Salvador e Ilhéus, seis municípios do Litoral Norte; nove municípios da Região Metropolitana; sete municípios do Recôncavo Baiano; a Região do Baixo Sul, com nove municípios; e o Litoral Sul, com os municípios de Maraú e Itacaré”, comemora Isaac Albagli. O presidente da Bahia Pesca estima que existam nestas regiões mais de 1.800 embarcações de pesca motorizada.

“O objetivo é melhorar a qualidade e a produtividade do pescado local, as condições de trabalho do pescador, reduzir o custo do peixe para os moradores da cidade e região, entre outros”, conta Albagli. O otimismo é compartilhado pelo vice-presidente da Federação de Pescadores do Estado da Bahia, Emílio Alves. “Tínhamos um problema de infra-estrutura que será finalmente solucionado. Os colegas da região não tinham local para aportar, era tido feito no improviso. O terminal vai solucionar um problema que temos há décadas”, afirma.

Infraestrutura.

Os terminais contarão com unidades de beneficiamento do pescado, além de unidades de apoio e comercialização. O beneficiamento será dotado de câmaras e túneis de espera, congelamento e estocagem de iscas e refrigerados; sala de higienização, expedição com pátio de caminhões, vestiários e sanitários, e casa de máquinas.

Já a unidade de apoio disponibilizará fábrica de gelo, abastecimento de água e combustível, central de fornecimento de energia, píer de embarque e desembarque, refeitório, sala de rádio, posto bancário, boxes de vendas, almoxarifado, oficina de manutenção de embarcações, carreira com guincho e central de higienização de caixas. Os usuários poderão desfrutar ainda, na unidade de comercialização, de lanchonete e estacionamento.

A pesca na Bahia.

A Bahia é o terceiro maior produtor de pescados do Brasil, com produção estimada em 80 mil toneladas por ano.  “Porém, toda produção é levada para ser beneficiada nas suas origens. Aqui não há desembarque industrial de pescados porque não temos infraestrutura portuária. O preço quem paga é o consumidor. Com o terminal pesqueiro essa anomalia será abolida. Ganha o pescador e ganha o consumidor”, completa Isaac Albagli.

Ascom-Rezende

Fonte: SEAGRI/ Jan Penalva