Bahia pauta prevenção à monilíase do cacau em reunião nacional
A prevenção da monília ou monilíase do cacau (enfermidade do cacaueiro causada por um fungo) entrou na pauta da reunião do Conselho Nacional dos Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri), nesta terça-feira (28), em Porto Velho (RO). O assunto foi levantado pelo o secretário da Agricultura da Bahia e presidente do Conseagri, Eduardo Salles.
Apesar de não representar ameaça imediata à Bahia, maior produtor de cacau do Brasil, a Secretaria da Agricultura, via Agência de Defesa Agropecuária (Adab), e o Ministério da Agricultura (Mapa), via Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac), querem prevenir a entrada da praga, que assola países produtores de cacau da América Latina e que fazem fronteira com os estados do Norte do Brasil.
O secretário acordou com os estados do Amapá, Roraima, Rondônia, Acre, Pará e Amazonas a assinatura de um termo de cooperação técnica ‘guarda-chuva’, relativo à defesa animal, vegetal e inspeção sanitária. “Dentro disso, o foco maior é a monilíase, além de outras doenças como sigatoka negra da banana, doenças do citros, que também podem ameaçar a produção brasileira e baiana, já que a Bahia é o maior produtor de banana e o segundo de laranja”, observou.
Em contato com o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Mapa, Cosam Coutinho, Salles aventou a possibilidade de firmar convênios para a prevenção da doença. O secretário propôs ao diretor a assinatura dos convênios, com consequente liberação de recursos para os estados, visando a elaboração de um plano nacional de contingenciamento e de emergência para a monilíase.
“Não queremos que uma praga como esta, que se mostra mais drástica que a vassoura-de-bruxa, possa causar um novo dano social a uma das regiões agropecuárias mais importantes do estado. Não temos a ilusão que a Bahia consiga barrar definitivamente a chegada da monilíase, mas queremos atrasar esse processo ao máximo até que a pesquisa agropecuária possa encontrar meios para desenvolver a tecnologia de combate”, explicou o secretário.
Américas Latina e Central
A monília é uma doença devastadora para o cacaueiro, cujo agente causal é o fungo Moniliophthora roreri, que até o momento não existe no Brasil. Endêmica do noroeste da América Latina e também de alguns países da América Central, foi registrada pela primeira vez no Equador em 1917, de onde se disseminou para a Colômbia (1930), Venezuela (1941), Panamá (1949), Costa Rica (1978), Nicarágua (1980), Peru (1988), Honduras (1997) e Belize (2002). Nestes países, os danos econômicos causados pela monília variam de 50 a 100%.
Fonte: Secretaria de Comunicação do Governo do Estado da Bahia
Ascom-Rezende