Bahia ganha linha marítima direta com a China

O secretário da Agricultura do Estado, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, participa nesta quarta-feira, (18), às 16 horas, do lançamento da primeira operação do navio de contêineres que sairá do Porto de Salvador diretamente para a Ásia, sem escalas, atendendo à crescente demanda de escoamento de cargas baianas para o continente asiático. O feito é um dos resultados resultado do esforço para aproximar cada vez mais a Bahia da China.

Nessa primeira operação, o navio CMA CGM Jade vai transportar celulose, couro, sisal e suco congelado. Um dos principais produtos exportados para a Ásia, o algodão baiano, só deve embarcar rumo a este continente em junho deste ano, de acordo com o Tecon Salvador, que oferece serviços de Operação Portuária e está promovendo obras de ampliação no Terminal de Contêineres do Porto de Salvador.

Até então, a exportação do algodão da Bahia era feita por meio de outros portos, embora o Porto de Salvador ofereça a menor distância entre o pólo produtor. Antes da expansão do Porto, já ampliado em 60%, algumas questões inviabilizavam as operações, como o comprimento do cais, a profundidade do berço e a área para armazenamento da carga.

É um marco histórico para a economia baiana ter esse primeiro navio, que partirá de Salvador direto para a Ásia como resultado dos esforços promovidos pelo Tecon Salvador, Codeba e seus parceiros, observa Demir Lourenço Júnior, diretor executivo do Tecon Salvador.

O Tecon Salvador, em parceria com Codeba, Seagri e Abapa, vem promovendo uma série de ações para melhorar o transporte do algodão do Oeste Baiano para o exterior, como a realização de visitas a fazendas, produtores, algodoeiras, tradings e associações da região, para entender melhor as demandas de logística de mercado.

Agroindustrialização

A Bahia é o segundo maior produtor de algodão do Brasil, atrás apenas do Mato Grosso. E uma das prioridades do governo do Estado é promover a agroindustrialização deste produto. A Bahia possui algodão com fios de excelente qualidade, semelhantes aos do Egito, mas não possui uma grande indústria têxtil. Nós queremos mudar essa realidade, agregando valor ao produto e gerando emprego e renda, destaca o secretário da Agricultura, Eduardo Salles.

Em abril deste ano, em Pequim, o secretário buscou investimentos para agroindustrializar o algodão. Em visita à indústria Hopefull Group Grain Oil Food, ele ouviu do seu presidente a promessa de ajudar com esse objetivo. Shi Kerong, presidente da Hopefull, disse ao secretário que nosso foco é a soja, mas temos parcerias com a indústria têxtil e podemos ajudar a Bahia a industrializar o algodão.

O algodão baiano tem excelente produtividade, com 3.900 quilos por hectare, e para a safra 2010/2011, segundo estimativa da Conab , é de 1,511 milhão de toneladas, o que representa crescimento de 48,6% em relação à safra 2009/2010, que foi de 1,017 milhão de toneladas. A área plantada cresceu também 48,6%, passando de 268,8 mil hectares para 387,5 mil hectares.

Ascom – Armênio

Fonte: Seagri