A Indústria Brasileira de Cacau é conhecida como a única sobrevivente
Com ociosidade elevada, cresce aposta em nichos
Com uma produção de cacau na casa dos 150 mil toneladas e um parque industrial pronto para processar 260 mil toneladas, o Brasil há muitos anos não recebe investimentos industriais de moagem da amêndoa. Mesmo importando 74 mil toneladas de cacau, as processadoras instaladas no país ainda padecem de elevada capacidade ociosa. Mas, a aposta em nichos de mercado, como cacau orgânico e processamento sob medida, está trazendo alguns investimentos de volta ao setor.
A Indústria Brasileira de Cacau (IBC), localizada no município paulista de Rio das Pedras, é conhecida como a única sobrevivente, em um mercado que é dominado pelas grandes companhias. A estratégia do grupo, que há 5 anos processa cacau, é o de atuar em nichos de mercado. “Somos o antigo alfaiate, sapateiro. Sobrevivemos bem nesses nichos porque neles as grandes multinacionais não têm interesse em atuar.”, diz um dos sócios, Francisco Monteiro de Pinho.
A empresa está ampliando em 20% sua capacidade de produção que irá para 1,8 mil toneladas mensais. Pinho explica que são dois os nichos nos quais a empresa atua. Um deles é o esmagamento de cacau convencional, mas produzindo manteiga e pó de cacau com especificações sob medida para os clientes. “Atendemos a pequenos e médios produtores de chocolate na Serra Gaúcha (RS), em Petrópolis (RJ) e Campos do Jordão (SP)”, enumera Pinho.
O outro é o processamento, iniciado há três anos, de cacau orgânico, cujos subprodutos são 90% exportados, principalmente, para Alemanha, França, e Inglaterra. Apesar de representar de 3% a 5% da capacidade de produção da IBC, os subprodutos orgânicos valem de 25% a 30% mais do que os convencionais. Toda a matéria-prima orgânica é adquirida da Cooperativa de Produtores Orgânicos do Sul da Bahia (Cabruca). “No mercado interno, fornecemos a manteiga de cacau para uma grande indústria de cosméticos”, diz o sócio da empresa, que foi fundada há 25 anos com produção de chocolate para varejo. (FB)
ASCOM-Rezende
Fonte: SEAGRI