Importação de etanol pelo Brasil deverá ser gradual, diz Nastari

O Estado de S. Paulo

Importação de etanol pelo Brasil deverá ser gradual, diz Nastari

Eduardo Magossi

Segundo presidente da Datagro, Brasil deve aproveitar o prêmio pago pelos Estados Unidos paraexportar etanol da cana e importar o etanol de milho e obter ganhos

 SÃO PAULO – O Brasil deverá importar etanol de forma gradual nos próximos meses, sem gerar concentração no período de entressafra. Segundo Plínio Nastari, presidente da Datagro, o Brasil deve aproveitar o prêmio pago pelos Estados Unidos pelo etanol de cana-de-açúcar – que atinge 73 cents de dólar por litro – para exportar o etanol de cana e importar o etanol de milho com ganhos.

 “Por isso seria uma besteira reduzir a mistura de anidro na gasolina porque o País pode ganhar na importação de etanol, o que não ocorre com a importação de gasolina”, disse.

 A estimativa da Datagro é de uma exportação de 1,56 bilhão de litros de etanol na safra 11/12, praticamente o mesmo volume que precisara ser importado. Nastari estima também que a exportação de açúcar deve atingir 22,35 milhões de toneladas em 11/12, menor que as 23,18 milhões de t verificadas no ano anterior.

 Crise

 A crise financeira que atinge os mercados mundiais neste momento deve diminuir o volume de recursos disponíveis para investimentos no setor sucroalcooleiro e contribuir para a manutenção de tendência de consolidação do setor, de acordo com Nastari. Segundo ele, a crise poderá dar suporte aos preços do açúcar porque, na teoria, um menor volume de investimentos em nível mundial, poderá significar um menor volume de oferta. “Mas para fazer esta afirmação com certeza teremos que ver como a crise atinge todos os produtores de açúcar. Estamos vendo neste momento um aumento da oferta na Ucrânia, na Rússia e uma recuperação na Índia”, disse.

 Segundo Nastari, nas próximas três ou quatro safras não haverá grandes investimentos em novos greenfields. Ele estima que as grandes empresas do setor irão investir na expansão da oferta de cana para reocupar a capacidade instalada de moagem que está ociosa em mais de 100 milhões de toneladas. “Apenas depois que esta capacidade instalada for reocupada é que veremos novas usinas sendo construídas”, disse ele.

Ascom-Rezende

Fonte: O Estado de São Paulo